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Exército impediu a retirada de acampamento golpista, diz Ibaneis

Ibaneis Rocha Imagem: Ueslei Marcelino/Reuters

Vinícius Nunes e Felipe Pereira

Colaboração para o UOL e do UOL, em Brasília

13/01/2023 18h14Atualizada em 13/01/2023 21h24

Em depoimento na Polícia Federal, o governador afastado disse que "autoridades militares" impediram que a Polícia Militar do DF desmobilizasse o acampamento bolsonarista em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília.

Ibaneis referiu-se ao dia 29 de dezembro do ano passado, quando uma operação "pacífica" da DF Legal, com o auxílio da PM, teria sido interrompida pelo comando do Exército.

Algumas barracas chegaram a ser retiradas, mas o DF Legal [...] não conseguiu terminar todo o trabalho de retirada em razão da oposição das autoridades militares"
Ibaneis Rocha (MDB)

Ibaneis também afirmou que a equipe de transição para o governo Lula tinha conhecimento da oposição do Exército na retirada dos acampamentos.

O depoimento do governador afastado é corroborado pela declaração do ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), que citou hoje ter havido resistência do Exército em permitir o desmonte do acampamento no DF — e que a liberação só aconteceu depois dos ataques golpistas que depredaram as sedes dos Três Poderes.

"Houve, antes do decreto do dia 8 (domingo), tentativas para que esses acampamentos fossem desfeitos. Infelizmente não se tornaram possíveis em razão da resistência que havia por parte de alguns segmentos militares. Havia uma visão de saída progressiva, negociada, dia a dia", disse o ministro. Segundo ele, foi detectada uma nova articulação para atos antidemocráticos para esta segunda-feira (16).

O UOL procurou o Exército, mas não obteve resposta.

Ainda segundo a declaração de Ibaneis à polícia, o diálogo entre o governo do DF e o comando do Exército partia da Secretaria de Segurança Pública, comandada até então por Anderson Torres.

O governador afastado foi hoje espontaneamente à superintendência da Polícia Federal em Brasília e depôs por cerca de três horas.

Em seu depoimento, disse ainda "que recebia informes sobre as questões de segurança do DF e nenhuma dessas tratou de possíveis ações radicais" e só obteve informações que realmente "importavam" da Secretaria de Segurança Pública. Também descartou que tenha dolo na negligência da PM-DF.

O emedebista foi afastado por 90 dias do governo do Distrito Federal por determinação do STF, que considerou que ele não agiu para conter os atos de violência.

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