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Bolsonarista que ia 'pegar o Xandão' em Brasília foi condenada por tráfico

Do UOL, em São Paulo

13/01/2023 12h26Atualizada em 13/01/2023 15h48

Em um dos vídeos virais dos invasores dos Três Poderes no último domingo (8), uma senhora é exaltada enquanto é filmada: "Dona Fátima, de Tubarão, Santa Catarina, de 67 anos, tá quebrando tudo!", ao que ela responde: "Vamos para a guerra, vou pegar o Xandão agora!".

A "Dona Fátima" é Maria de Fátima Mendonça Jacinto Souza, que, apesar de não constar nas listas de presos divulgadas pelo Distrito Federal, tem antecedentes criminais: ela foi condenada por tráfico de drogas com envolvimento de menor de idade em 2014.

A informação foi publicada primeiramente pelo portal Extra Classe.

A denúncia apresentada pelo Ministério Público de Santa Catarina descreve como Fátima foi descoberta por policiais militares que faziam vigília na região, conhecida pelo tráfico de drogas em Tubarão, afirma o órgão.

  • Por volta das 3h30 do dia do flagrante, os policiais viram Fátima sair de casa e varrer a calçada, falando em voz alta "vem pra cá que não tem ninguém", "pode vir pra cá"
  • Depois disso, um usuário se aproximou e perguntou "tem?" para Fátima, ao que ela respondeu: "Tem".
  • Em seguida, um adolescente saiu da garagem de Fátima com pedras de crack; os policiais agiram no momento
  • No processo, Fátima argumentou que usuários de droga "invadiam" sua casa e deixavam entorpecentes no local, porque ela realiza o aluguel de quartos como atividade para renda. Porém, os policiais viram a senhora agir ativamente na ação.
Em campana realizada muito próxima ao imóvel da ré foi possível observá-la apurando a existência de policiais na região, negociando entorpecentes com usuários, indicando locais em que estes poderiam adquirir outras espécies de entorpecentes e utilizando os serviços de um adolescente para realizar a entrega do crack aos consumidores da droga. Depoimento dos policiais no caso

Ela foi condenada a mais de 4 anos de prisão em regime semiaberto. Após recorrer, a pena foi diminuída para 3 anos e 10 meses em restrições de direitos e prestação de serviços à comunidade.

Nas redes sociais, ela tem múltiplos perfis e se apresenta mais como Fátima Mendonça — com o uso do sobrenome "Jacinto" em alguns perfis, bem como no Instagram.

As publicações do perfil mais recente mostram o apoio de Fátima a pautas bolsonaristas, como o voto impresso e a paralisação de caminhoneiros após as eleições 2022.