Minuta é mais um indício, mas sozinha não implica Bolsonaro, diz professor
A minuta golpista encontrada na casa do ex-ministro Anderson Torres para mudar o resultado da eleição, não deve, sozinha, deixar o ex-presidente Jair Bolsonaro inelegível ou, ainda, fazer com que ele seja alvo de processos de caráter criminal, disse o professor Celso Campilongo, diretor da Faculdade de Direito da USP (Universidade de São Paulo), em participação ao UOL News na noite de hoje (13).
"Acho que são elementos suficientes, todos eles têm elementos de conexão. É preciso vincular isso tudo ao ex-presidente da República, o que demanda ainda mais algumas provas, mas o conjunto de indícios é bastante forte", falou ele.
Sobre os elementos, o professor se referia às manifestações golpistas feitas por apoiadores radicais de Bolsonaro desde o final do segundo turno, como o ataque terrorista ao prédio da Polícia Federal e a queima de veículos em Brasília ainda em dezembro, e quando milhares de extremistas invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e a sede do STF (Supremo Tribunal Federal) na tarde do último domingo (8).
"Há atos do ex-presidente que estimularam a violência desses grupos e o inconformismo com o resultado da eleição. A minuta é mais um elemento no conjunto de indícios que formam corpo robusto probatório, mas a simples existência do documento não é o suficiente para conectar Bolsonaro a uma ilicitude."
Sakamoto: PGR finalmente descobre Bolsonaro, patriarca do golpismo no país
Ainda durante o UOL News na noite de hoje, o colunista Leonardo Sakamoto repercutiu o pedido feito pela PGR (Procuradoria-Geral da República) para a inclusão do ex-presidente Jair Bolsonaro no inquérito que investiga a autoria dos atos golpistas que culminaram na invasão e destruição das sedes dos três Poderes, no último domingo (8).
Segundo Sakamoto, a PGR "finalmente está citando nominalmente o patriarca do golpe".
"Todo mundo sabe e sabia disso. Bolsonaro nunca escondeu o seu desejo de golpear caso perdesse as eleições. O que acontece é que ele não conseguiu isso e aí ele fugiu para os Estados Unidos por três motivos: com medo de ser responsabilizado [pelos atos golpistas], com medo de ser preso e para não passara faixa para Lula", avaliou.
Para o colunista do UOL, isso não é suficiente para dizer que Bolsonaro será punido, mas o ex-presidente será, sim, investigado pela tentativa de golpe de Estado. "E isso é salutar porque o Brasil precisa de paz", acrescentou.
Anderson Torres e Bolsonaro: Ex-ministro foi de homem forte a homem-bomba, diz Sakamoto
O colunista Leonardo Sakamoto também falou, durante o UOL News, sobre Anderson Torres, ex-ministro da Justiça do governo de Jair Bolsonaro. O ministro Alexandre de Moraes, do STF, determinou a prisão de Torres por sua atuação omissa durante os atos terroristas no Distrito Federal na semana passada. A situação para o ex-ministro piorou depois que a PF (Polícia Federal) encontrou num armário na casa dele um rascunho de um decreto para mudar o resultado da eleição. Torres disse que a minuta estava fora de contexto e que seria triturada.
Para Sakamoto, o ex-ministro foi de homem forte a homem-bomba. "Isso porque se ha alguém que sabe quais eram as possibilidades golpistas de Bolsonaro era Anderson Torres."
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