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Sakamoto: Como golpismo não se desmobilizará do nada, prisões minam atos

Colaboração para o UOL, em São Paulo

17/01/2023 13h30Atualizada em 17/01/2023 15h03

O colunista do UOL Leonardo Sakamoto disse, durante o UOL News, que as prisões não acabarão com o golpismo, mas os atos serão afetados por essas detenções.

Essas prisões de quem ajudou a financiar os atos golpistas, seja de pequenos ou grandes financiadores, tem potencial de ajudar a desestimular novas ações como essa. Sem o dinheiro desses financiamentos, que banca alimentação, transporte e outros gastos golpistas, não teria havido aqueles atos terroristas".

Sakamoto afirma que é importante mostrar para os golpistas o que acontecerá caso atos como o do dia 8 se repitam.

O problema é que você não vai desmobilizar esse comportamento golpista de uma hora pra outra, mas você pode reduzir enormemente mostrando pra eles o que acontece. O que acontece agora é: uma grande quantidade de pessoas presa por destruição do patrimônio público e um outro grupo que está sendo preso agora pelo financiamento dessa destruição".

Primo de Ustra é prova de que Bolsonaro transformou governo em cabide para militares, diz Joel

O comentarista Joel Pinheiro afirmou durante o programa que Bolsonaro "recheou" o governo de militares.

"Bolsonaro transformou o Governo Federal em um verdadeiro cabide onde podia e não podia, recheou tudo de militares. Chegando o Lula, naturalmente, vai querer colocar pessoas de sua confiança e tirar esse bando de militares que o Bolsonaro encheu para todos os lados. A maioria deles, deve sim, deixar seus cargos".

Sakamoto: Após barulho nas eleições, Forças Armadas silenciam sobre atos golpistas

Sakamoto também criticou o silêncio das Forças Armadas sobre os ataques do dia 8.

"As Forças Armadas não soltaram uma nota oficial repudiando os atos terroristas contra a sede dos três Poderes e nenhum desagravo para os três Poderes que foram atacados, e isso é grave. Se for no site do Ministério da Defesa, você vai ver que a última nota é sobre urnas eletrônicas e a possibilidade de fraude".

Ele também comentou sobre a regra de que os militares não possam participar de atos políticos. "Quem vai para um ato desse está apertando o dane-se para as possibilidades de punição, uma vez que não é cabível que militares participem de atos políticos.

"Esse regramento virou papel de embrulhar peixe quando o general Pazuello participou de um ato político no Rio de Janeiro em prol de Jair Bolsonaro e o comando do Exército não puniu Pazuello. Isso mandou um recado muito sério do tipo: 'Pode ir. Se é um ato pró-bolsonarismo, a gente acoberta. Essa foi a mensagem passada pela impunidade de Pazuello'"

Para ele, as Forças Armadas devem explicações. "Seria inocência da nossa parte achar que as Forças Armadas são polo passivo nessa história. As Forças Armadas contribuíram para que a gente chegasse ao ponto onde estamos. No ano passado, elas participaram daquele papel ativo em questionamento das urnas eletrônicas, que acabou desaguando no que vimos no último domingo".

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