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Lula exonera 11 coordenadores de saúde indígena, após tragédia ianomâmi

O presidente Lula visitou a terra ianomâmi em Roraima no fim de semana - Divulgação/Ricardo Stuckert
O presidente Lula visitou a terra ianomâmi em Roraima no fim de semana Imagem: Divulgação/Ricardo Stuckert

Do UOL, em São Paulo

23/01/2023 08h07

Após decretar emergência no território ianomâmi, o governo Lula exonerou hoje 11 coordenadores distritais de saúde indígena do Ministério da Saúde.

Um dos exonerados exercia o cargo no leste de Roraima, estado visitado pelo presidente no fim de semana. Lula criticou o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) por priorizar as motociatas e ter "abandonado" os ianomâmis.

É desumano o que eu vi aqui. Sinceramente, se o presidente que deixou a Presidência esses dias em vez de fazer tanta motociata tivesse vergonha e viesse aqui uma vez, quem sabe esse povo não tivesse tão abandonado como está Luiz Inácio Lula da Silva

O Ministério da Saúde decretou estado de emergência para combater a falta de assistência sanitária que atinge os ianomâmis. Por meio de um Centro de Operações de Emergências, o ministério quer "planejar, organizar, coordenar e controlar as medidas a serem empregadas".

Mais de 500 crianças ianomâmis morreram por contaminação por mercúrio, desnutrição e fome, "devido ao impacto das atividades de garimpo ilegal na região", segundo o Ministério dos Povos Indígenas.

Foram exonerados:

  • Gabriel Ribeiro Santos (Minas Gerais e Espírito Santo);
  • Alexandre Rossettini de Andrade Costa (Interior Sul);
  • Adilton Gomes Assunção (Bahia);
  • Ruy de Almeida Monte Neto (Ceará);
  • Eloy Angelo dos Santos Bernal (Porto Velho);
  • Alberto Jose Braga Goulart (Maranhão);
  • Luiz Antonio de Oliveira Junior (Mato Grosso do Sul);
  • Audimar Rocha Santos (Cuiabá);
  • Marcio Sidney Sousa Cavalcante (Leste de Roraima);
  • Atila Rocha de Oliveira (Parintins);
  • Igle Monte da Silva (Alto Rio Juruá).

As demissões foram publicadas no Diário Oficial da União e são assinadas pelo ministro da Casa Civil, Rui Costa.

A região é palco de confrontos violentos e frequentes entre garimpeiros e os indígenas, além de denúncias de negligência do governo do Estado e da antiga gestão Bolsonaro.

Conforme mostrou o colunista do UOL Jamil Chade, o governo de Jair Bolsonaro escreveu cartas para as entidades internacionais dando garantias de que os ianomâmis estavam sendo atendidos e que programas específicos sobre a saúde do grupo tinham sido implementados. O relato do governo, no entanto, contrasta com as imagens que circularam o mundo.