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OPINIÃO

Josias: Bolsonaro confunde amnésia com consciência limpa em crise yanomami

Colaboração para o UOL, em São Paulo

30/01/2023 10h16

Ao se defender das acusações de omissão na crise humanitária dos yanomamis, Jair Bolsonaro (PL) afirmou que foi o "presidente que mais zelou" pelos indígenas. Em participação no UOL News nesta segunda, o colunista Josias de Souza criticou o ex-presidente e o culpou pela piora na situação ao favorecer a ação de garimpeiros na região.

O Bolsonaro confunde amnésia com consciência limpa. Ele é um dos principais responsáveis pelo agravamento desse flagelo da presença de garimpeiros na área yanomami. Desde sempre, Bolsonaro nutre uma simpatia inquestionável pelos garimpeiros. Josias de Souza, colunista do UOL

Josias também destacou como, durante o governo Bolsonaro, a religião foi usada como um instrumento para aculturar os indígenas.

Houve uma parceria entre o garimpo e a religião. Como tudo no governo Bolsonaro, a ilegalidade tem uma couraça religiosa. Um dos desejos do Bolsonaro é o de aculturar os indígenas e transformá-los em brancos. É um flagelo antigo, mas muito agravado pelo governo Bolsonaro. Josias de Souza, colunista do UOL

Jamil: Ao falar em 'aculturar' yanomamis, governador de RR sugere genocídio

Jamil Chade condenou as declarações de Antonio Denarium (PP), governador de Roraima, que negou haver desnutrição no estado e defendeu a aculturação dos yanomamis, citando indígenas dos Estados Unidos como exemplo. Para o colunista, Denarium demonstra estar ao lado dos garimpeiros ao sugerir o extermínio da comunidade local.

O que o governador disse é referido, nos Estados Unidos, como genocídio indígena. Se o governador quer usar esse exemplo, terá que colocar outro debate sobre esse mesmo aspecto citado por ele. Nos Estados Unidos, acadêmicos e indígenas debatem se isso deveria ser considerado como genocídio. Aí ele carimba todas as acusações que são feitas ao bolsonarismo e seus cúmplices. Jamil Chade, colunista do UOL

Na diplomacia, Lula refaz em um mês o que Bolsonaro desfez em quatro anos

Nos primeiros dias de seu governo, Lula se reuniu com líderes latino-americanos, teve uma longa conversa com Emmanuel Macron, presidente francês, e recebe Olaf Scholz, chanceler alemão, em Brasília. Josias elogiou a postura do presidente pela recondução do país ao cenário da política internacional, com a retomada de laços deteriorados na gestão de Bolsonaro.

O Bolsonaro, que era um pária orgulhoso, desperdiçou a oportunidade que o Lula agora aproveita. Lula recoloca a diplomacia no seu trilho. Em um mês, ele refez o que o Bolsonaro havia desfeito em quatro anos. Houve uma guinada na política externa brasileira. Josias de Souza, colunista do UOL

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