Jornal: ministro enviou à Justiça dados falsos sobre voos de helicóptero
Juscelino Filho (Comunicações) informou à Justiça Eleitoral que transportou "três cabos eleitorais" em 23 viagens durante a campanha dele para deputado federal no Maranhão. Os passageiros, no entanto, são uma família de São Paulo que diz não conhecer o ministro — uma das pessoas transportadas foi uma menina de 10 anos. As informações são do jornal O Estado de São Paulo.
Segundo a reportagem, Juscelino usou a lista falsa de passageiros para prestar contas à Justiça Eleitoral de R$ 385 mil gastos do Fundo Eleitoral com sua campanha — os nomes estão em uma planilha que ele mesmo enviou.
A empresa contratada, ainda de acordo com a apuração do Estadão, foi a Rotorfly. A companhia tem sede na cidade de Carapicuíba, na região metropolitana de São Paulo, e atua no ramo de táxi aéreo.
Ao jornal, o pai da família que aparece na planilha de Juscelino disse que o episódio foi uma "fraude".
Não tenho nenhuma ligação com campanha nem com político no Maranhão [...] Usaram meu nome, da minha família, da minha filha."
Essa planilha foi apresentada pela equipe de Juscelino após um questionamento da Justiça Eleitoral. Ela desconfiou dos vínculos dos passageiros com a campanha do então candidato a deputado federal.
A defesa do ministro afirmou, porém, que "todos os voos foram feitos em prol da campanha eleitoral, bem como todas as pessoas que constam nos relatórios prestaram serviços diretamente à campanha".
Segundo as informações de Juscelino, a família supostamente transportada pelos voos contratados por ele passaram por 14 cidades diferentes em um período de 16 dias. As viagens teriam ocorrido entre agosto e setembro do ano passado.
Procurado pelo Estadão, o ministro não se manifestou sobre ter apresentado à Justiça Eleitoral passageiros de São Paulo como integrantes de sua equipe de campanha.
A Rotorfly, por sua vez, afirmou que o problema foi gerado por um erro em seu sistema. A falha teria feito o nome da família aparecer várias vezes em relatórios de passageiros, mas um novo documento corrigido teria sido enviado à equipe de Juscelino.
O UOL também entrou em contato com o Ministério das Comunicações e a Rotorfly.
Por meio de nota, pasta disse que Juscelino "não praticou qualquer ilegalidade, sempre tendo uma postura correta, como a própria Justiça Eleitoral reconhece com a aprovação das contas".
O que houve foi uma informação errada por parte da empresa de táxi aéreo, como a própria já esclareceu."
A Rotorfly não retornou ao contato feito pela reportagem. Em caso de manifestação, esse texto será atualizado.
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