MP no TCU pede acesso a relatório sobre urnas feito a pedido de Bolsonaro
O subprocurador-geral do Ministério Público junto ao TCU (Tribunal de Contas da União), Lucas Rocha Furtado, solicitou que a CGU (Controladoria-Geral da União) compartilhe, em 10 dias, a íntegra de um relatório em que o órgão constatou a segurança das urnas eletrônicas durante as eleições de 2022.
- O documento foi elaborado a pedido do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), mas tem sido mantido em sigilo.
- Segundo o MP de Contas, o objetivo da ação é avaliar se o ex-presidente tinha conhecimento da inexistência de fraudes nas eleições e, mesmo assim, usou dinheiro público para realizar "a divulgação de fake news a ensejar incertezas sobre o sistema eleitoral brasileiro".
O pedido tem como base reportagem em que o jornal O Globo, que teve acesso ao relatório da CGU por meio da Lei de Acesso à Informação, afirma que o documento ficou pronto em dezembro de 2022, depois de o PL, partido do então presidente, contestar o resultado de mais de 250 mil urnas sem apresentar provas de irregularidades. O UOL confirmou a existência do relatório da CGU.
"Em razão dessa notícia como fato superveniente às eleições, especialmente diante do suposto conhecimento do Sr. Jair Bolsonaro acerca da inexistência de fraudes no pleito presidencial de 2022; entendo imperioso conhecer e avaliar a autenticidade do referido relatório", afirmou o subprocurador.
A ação do MP no TCU ocorre num momento em que adversários de Bolsonaro tentam turbinar processos que tramitam contra o ex-mandatário no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) por causa de uma minuta golpista encontrada, no início de janeiro deste ano, pela PF (Polícia Federal) na casa do ex-ministro Anderson Torres.
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