Um mês após a posse, Lula e Janja se mudam para o Alvorada

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a primeira-dama Janja da Silva, enfim, vão deixar o hotel Meliá, localizado na zona central de Brasília, onde moram desde 27 de novembro. O casal presidencial chegou por volta das 20h30 em um comboio de nove carros no Palácio do Alvorada, residência oficial. Também se mudam as cadelas Resistência e Paris.

Lula cumpriu agenda nesta segunda no Rio de Janeiro, onde participou da posse de Aloizio Mercadante na presidência do BNDES e já volta direto para o Alvorada. Antes cumprirem a agenda de hoje, o presidente e a primeira-dama passaram o fim de semana em São Paulo.

Há várias semanas, o petista reclamava de ser o primeiro presidente da história do Brasil a "não ter lugar para morar". A primeira-dama Janja também mostrava descontentamento e chegou a levar uma equipe da GloboNews para mostrar os móveis e estruturas do Alvorada danificados depois da passagem de Jair Bolsonaro (PL).

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Até então, não foi esclarecido em que situação está a residência oficial. Janja pretendia mudar para o local somente após a realização de um inventário.

Situação do Alvorada

Em café da manhã com jornalistas, Lula acusou Bolsonaro de levar até sofás e camas do local.

Eu não sei como é que fizeram, não sei por que que fizeram. Não sei se eram coisas particulares do casal, mas levaram tudo. Então, a gente tá fazendo uma reparação, porque aquilo é patrimônio público.
Lula, a jornalistas, no meio do mês

Na entrevista à TV, Janja relatou os seguintes problemas:

• Parte da madeira da sala de estar lascada
• Infiltrações no teto
• Piso de madeira de jacarandá com rachaduras
• Vidros rachados
• Poltrona de couro rasgada
• Tapete com buracos
• Arte sacra do século 19 deixada no chão

O presidente chegou até considerar pedir autorização à CGU (Controladoria-Geral da União) para fazer compras sem licitação, mas acabou não ocorrendo.

Custos no Meliá

O governo pagou R$ 216.823,95 em hospedagem para o presidente Lula e a primeira-dama Janja de 1º de janeiro a 2 de fevereiro no Meliá, hotel de luxo na zona central de Brasília, sem licitação. As diárias para casal variam de R$ 765 a R$ 7.690, segundo o site do hotel. Uma equipe de seguranças também estava hospedada.

Além dos danos no Alvorada, o presidente postergou a mudança para que a PF (Polícia Federal) e o GSI (Gabinete de Segurança Institucional) fizessem uma varredura no local. O novo governo temia que o ex-presidente Jair Bolsonaro tivesse deixado escutas escondidas.