Lula pede inclusão do caso Do Val em ação contra Bolsonaro
A Coligação Brasil da Esperança, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quer incluir o episódio envolvendo a reunião relatada pelo senador Marcos do Val (Podemos) em ação de investigação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
A ação de investigação judicial eleitoral (Aije) apura o envolvimento do ex-presidente e alguns de seus aliados na tentativa de violar o andamento do processo eleitoral realizado em 2022, além de deturpar a legitimidade do resultado das urnas.
Na petição anexada ao processo hoje, a defesa de Lula pede que Bolsonaro deponha sobre o teor da reunião com o senador. Conforme os advogados da coligação, as revelações de Do Val "reforçam a evidência dos abusos" de Jair Bolsonaro descritas na ação.
Por meio das redes sociais, o parlamentar indicou nos últimos dias 1 e 2 de fevereiro que teria sido convidado pelo ex-deputado Daniel Silveira (PTB), a mando de Bolsonaro, para empreender um plano golpista que consistia em gravar uma conversa com o presidente do TSE, o ministro Alexandre de Moraes.
O episódio, segundo a equipe do petista, aponta que o ex-presidente "empregou atos para perturbar a normalidade das eleições, de uma perspectiva de 'guerra de narrativas', com o objetivo de convencer a população de que o sistema eleitoral foi fraudado".
Além disso, a defesa de Lula acrescentou na ação um pedido para que Jair Bolsonaro explique se obteve acesso ao relatório da CGU (Controladoria-Geral da União) atestando a segurança das urnas eletrônicas.
Os advogados do atual presidente questionam o motivo do ex-mandatário não ter divulgado o conteúdo, uma vez que nele foi constatado que não houve indício algum de fraude nas urnas.
"A par de tal informação, Jair Messias Bolsonaro haveria 'engavetado' o documento (da CGU).[...] Assim, é de suma importância que se obtenha acesso à íntegra do respectivo documento, de modo a identificar se o investigado teve acesso ao mencionado relatório técnico desde 1/12/2022 e, mesmo assim, com o objetivo de vilipendiar a normalidade das eleições, optou por continuar empreendendo o discurso de fraude nas urnas", diz a defesa no texto.
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