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Sakamoto: Salles negar genocídio yanomami bate com conceito de cara de pau

Colaboração para o UOL, em São Paulo

09/02/2023 12h56

O colunista do UOL Leonardo Sakamoto repercutiu, durante o UOL News, a entrevista do deputado federal Ricardo Salles (PL-SP), na qual afirmou que o problema dos indígenas yanomamis é "muito antigo" e a responsabilidade pela crise humanitária é da "sociedade".

Ele criticou porque isso não bate com o 'conceito jurídico de genocídio', mas o que ele falou bate com o conceito jurídico de cara de pau. Salles foi o ministro mais competente no sentido de não proporcionar o bem à população, mas no sentido de cumprir aquilo que ele prometeu".

Sakamoto afirmou que Salles passou a "boiada" quando era ministro do Meio Ambiente, enquanto o parlamentar disse que "infelizmente" não conseguiu passar as normas e medidas que queria.

Ele foi muito humilde ao dizer que não conseguiu passar a boiada, passou sim. Teve muita norma, muita regra, muita portaria e muita instrução normativa alterada na área ambiental para facilitar a vida de quem desmata. A boiada foi passada sim, não só no poder Executivo, como no Congresso Nacional".

Sakamoto: Negócio bilionário de escavadeiras bomba garimpo ilegal em terras indígenas

Sakamoto comentou sua coluna no programa, que mostrou que a força-tarefa do governo federal para retirar garimpeiros do Território Indígena Yanomami destruiu escavadeiras usadas para ajudar na extração de ouro.

Eles são fundamentais, pois tornam esse trabalho ilegal muito mais rápido. O Ibama, junto com a Força Nacional, descobriu e destruiu escavadeiras, já que têm liberdade para isso. No governo Bolsonaro, ameaçaram fiscais para que parassem de destruir máquinas para defender garimpeiros que estavam atuando de forma ilegal em terra indígena".

Ruído do governo Lula tornou inflação e juros imprevisíveis, diz economista

O economista Luiz Gustavo Medina afirmou no UOL News que o Banco Central está fazendo um "bom trabalho" e que poderia haver cortes de juros no meio do ano, mas que o governo precisa ajudar.

Da eleição para cá, começou um ataque que atrapalha tudo, porque mina a função e credibilidade do Banco Central, ataca o sistema de metas de inflação, gera caos, ruído e imprevisibilidade. O Banco Central fez um trabalho muito bom nessa primeira parte de desinflação, que é tirar essa inflação de 12% para até 5,5%".

O Banco Central cortará os juros se a gente baixar essa temperatura que fica minando a credibilidade e tornando as expectativas piores do que estavam. Criticar o trabalho do Banco Central é legítimo, mas passou muito do ponto. Algumas falas mostram total desconhecimento do que está acontecendo".

Apesar disso, o economista considera que está ocorrendo um processo "desinflacionário".

Brasil é o país que primeiro subiu a taxa de juros, passando de 2% pra quase 14% em um ano e meio. Com essa pancada nos juros que o Banco Central fez no ano passado e retrasado, a inflação cedeu. Em 12 meses, já foi 10%, já foi 12%, caiu para 10% de novo, depois foi para 8% e agora está abaixo de 6%, mostrando que está acontecendo um processo desinflacionário".

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