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Marcos do Val diz que travou sozinho guerra contra Moraes, ministros e Lula

Marcos do Val reclama de críticas e diz que está "travando sozinho uma guerra contra o sistema" - 2.fev.2022 - Marcos Oliveira/Agência Senado
Marcos do Val reclama de críticas e diz que está "travando sozinho uma guerra contra o sistema" Imagem: 2.fev.2022 - Marcos Oliveira/Agência Senado

Do UOL, em São Paulo

09/02/2023 09h25Atualizada em 09/02/2023 10h49

O senador Marcos do Val (Podemos-ES) usou as redes sociais para dizer que travou sozinho uma guerra contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF, e outros três ministros, além do presidente Lula (PT).

O parlamentar diz que está em uma "guerra contra o sistema" após denunciar um plano golpista para grampear Moraes e inviabilizar a eleição de Lula (PT).

Ele apresentou pelo menos quatro versões diferentes da mesma história até agora e é investigado por suspeita de falso testemunho. Do Val também reclamou das críticas que está recebendo.

Pena que os brasileiros escolheram me apedrejar, me difamar, atacar a minha família, ao invés de me ajudar.
Senador Marcos do Val no Twitter

"O tempo vai mostrar a luta que travei para defender cada capixaba, cada brasileiro", acrescentou.

As várias versões da história de Marcos do Val

Na semana passada, o senador abriu uma transmissão ao vivo e disse ter participado de uma reunião com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-deputado federal Daniel Silveira (PTB-RJ), em que tentaram convencê-lo a gravar uma conversa com o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes.

A ideia de Silveira e Bolsonaro, segundo Do Val, era capturar alguma fala que pudesse incriminar Moraes para invalidar o resultado das eleições.

Entretanto, depois, ele mudou de versão várias vezes, diminuiu a participação que Bolsonaro teria no plano e desistiu de deixar seu cargo no Senado.

Do Val baixou o tom das acusações contra Bolsonaro. Durante uma transmissão ao vivo com líderes do MBL (Movimento Brasil Livre), o senador capixaba disse ter uma "bomba" que seria revelada pela revista Veja no dia seguinte.

À GloboNews, Do Val negou ter sido coagido por Bolsonaro e disse que usou "uma palavra que não deveria ter usado" ao fazer essa afirmação durante a live com o MBL.

Senador citou conversa com Moraes em diferentes datas. No relato à Veja, o senador afirmou que mandou mensagem a Moraes em 12 de dezembro, três dias após o suposto encontro com Bolsonaro e Silveira, e só se reuniu pessoalmente com o ministro no dia 14, para contar como havia sido a reunião.

Posteriormente, Do Val afirmou que se encontrou com Moraes antes da conversa com Bolsonaro. Já em entrevista coletiva, o senador disse que foi abordado por Silveira no dia 7 e convidado a encontrar Bolsonaro, mas só aceitou após o aval de Moraes.

Do Val mudou local da suposta reunião com Bolsonaro. Inicialmente, o senador afirmou que o encontro com o então presidente foi no Palácio da Alvorada, residência oficial.

Depois, porém, ele disse que a reunião com Bolsonaro e Silveira foi na Granja do Torto, a segunda residência oficial da Presidência.

Já em entrevista à Folha de S.Paulo, ele afirmou que estava em dúvida e que o encontro poderia ter ocorrido no Palácio do Jaburu, residência oficial da Vice-Presidência.

Moraes pediu investigação contra senador

Do Val é investigado pelos crimes de falso testemunho e denunciação caluniosa a pedido do ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal).

O ministro diz que foram apresentadas ao menos quatro histórias diferentes por Do Val, "todas entre si antagônicas". O senador acumula contradições em seus relatos sobre os seguintes pontos:

  • O papel de Bolsonaro na trama;
  • As conversas com o ministro do STF;
  • As atitudes que tomou no caso;
  • O local do encontro que teve com Bolsonaro e Silveira.