Topo

Esse conteúdo é antigo

STJ mantém acusados de matar Dom e Bruno em presídios federais

Em São Paulo, povos indígenas manifestaram indignação diante de morte de Dom e Bruno - Nelson Almeida/AFP
Em São Paulo, povos indígenas manifestaram indignação diante de morte de Dom e Bruno Imagem: Nelson Almeida/AFP

Pedro Vilas Boas

Colaboração para o UOL, em Salvador

15/02/2023 20h51Atualizada em 15/02/2023 21h53

O ministro Ribeiro Dantas negou ontem à noite liminar apresentada pela defesa dos três acusados, que pedia a volta dos suspeitos para um presído em Manaus (AM).

Ao analisar o recurso, o ministro do STJ (Superior Tribunal de Justiça) não constatou urgência que justificasse a concessão de uma liminar.

Amarildo da Costa Oliveira, o "Pelado", está em Catanduvas (PR), enquanto Oseney da Costa de Oliveira, conhecido como "Dos santos", e Jefferson da Silva Lima, o "Pelado da Dinha", estão em Campo Grande (MS).

A defesa dos acusados argumenta que a transferência para os presídios federais impossibilita a visita de familiares, por serem pessoas pobres, além de enfraquecer o trabalho da defesa.

O UOL tenta contato com a defesa dos acusados sobre a decisão. Caso haja resposta, o texto será atualizado.

Risco de fuga. Em dezembro, os três foram transferidos de Manaus para presídios federais em outros estados.

A Polícia Federal e o MPF (Ministério Público Federal) entenderam que havia risco de fuga e risco de morte no presídio estadual, já que o suposto mandante não teria sido identificado ainda.

Além disso, o MPF viu indicativos de que os investigados podem estar vinculados a associação criminosa e que as mortes tiveram correlação com as atividades em defesa da coletividade indígena.

O caso

O indigenista Bruno Pereira e o jornalista britânico Dom Philips foram mortos em junho do ano passado, quando navegavam pelo rio Itaquaí, nas proximidades da Terra Indígena Vale do Javari (AM).

Os executores foram Amarildo Oliveira, o Pelado; seu irmão Oseney de Oliveira, o Dos Santos; e Jefferson da Silva Lima, o Pelado da Dinha, conforme denúncia do MPF.

No mês passado, a Polícia Federal no Amazonas afirmou que os assassinatos do indigenista e do jornalista tiveram um mandante.

Segundo o ex-superintendente da PF Eduardo Fontes, que esteve no cargo durante a maior parte das investigações, o caso está 90% concluído e há "indícios veementes" de que Ruben Dario da Silva Villar, o Colômbia, é o mandante dos crimes.