Moraes mantém prisão de influencer bolsonarista que ameaçou STF e Lula
O ministro Alexandre de Moraes manteve a prisão preventiva do youtuber bolsonarista Ivan Rejane Fonte Boa Pinto, preso em julho do ano passado após divulgar vídeo com ameaças a integrantes do STF (Supremo Tribunal Federal) e ao atual presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Na mesma decisão, o ministro determinou à Polícia Federal que apresente, em até 30 dias, um relatório conclusivo sobre as investigações envolvendo Ivan Rejane.
Em outubro, os investigadores informaram Moraes que enfrentaram dificuldades em identificar os integrantes e as mensagens do grupo "Caçadores de Ratos do STF", criado no Telegram com ataques a integrantes do tribunal. Rejane participava do grupo.
Segundo Moraes, o contexto da investigação e o momento atravessado pelo país com atos golpistas conduzidos pelo país justificariam a manutenção da prisão de Ivan Rejane.
"A investigação, ainda em andamento, demonstra uma possível organização criminosa que tem por um de seus fins desestabilizar as instituições republicanas, principalmente aquelas que possam contrapor-se de forma constitucionalmente prevista a atos ilegais ou inconstitucionais, como o Supremo Tribunal Federal, utilizando-se de uma rede virtual de apoiadores que atuam, de forma sistemática, para criar ou compartilhar mensagens que tenham por mote final a derrubada da estrutura democrática e o Estado de Direito no Brasil", disse
O ministro relembra que o youtuber incitou publicamente a animosidade entre as Forças Armadas e os Poderes antes de ser preso.
Essa organização criminosa, ostensivamente, atenta contra a Democracia e o Estado de Direito, especificamente contra o Poder Judiciário e em especial contra o Supremo Tribunal Federal, pleiteando a cassação de seus membros e o próprio fechamento da Corte Máxima do País, com o retorno da Ditadura e o afastamento da fiel observância da Constituição Federal da República."
Alexandre de Moraes, ministro do STF
No despacho, Moraes diz que a PF ainda conduz diligências para identificar pessoas que teria aderido às condutas investigadas no caso.
Em parecer, a PF relatou que o Telegram informou não ser possível acessar o conteúdo do grupo "Caçadores de Ratos do STF", que é privado, em razão de sua "estrutura técnica" e sua política de privacidade. Segundo a empresa, somente os integrantes do grupo podem acessar, baixar e preservar as mensagens.
À época, a descrição do grupo no Telegram dizia: "Grupo de pessoas dispostas a colocar pressão 24 horas em cima dos ratos do STF. Vamos caçar estes vagabundos em qualquer lugar que eles andem neste País. Sem violência física, mas com muita pressão moral. O objetivo é que os vagabundos entreguem a toga".
O grupo era composto por ao menos 159 pessoas. Identificado nas redes sociais como "Terapeuta Ivan" ou "Terapeuta Papo Reto", Ivan Rejane é simpatizante do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Em um dos vídeos, ele cita o feriado de 7 de Setembro e profere ameaças aos ministros do STF, ao ex-presidente Lula, à presidente do PT, Gleisi Hoffmann, e ao deputado federal Marcelo Freixo (PSB-RJ). Ao saber que seria detido, o youtuber teria resistido à prisão.
O pedido de prisão temporária foi feito pela própria PF, que alertou Moraes para o risco de o influencer promover "ações violentas" diretamente ou com a adesão de voluntários, "mediante inclusive a 'luta armada'", com o objetivo de destituir os ministros de suas funções.
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