Oposição quer reunião com Moraes para discutir soltura de presos por 8/1
Líderes da oposição e aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) vão pedir na próxima semana uma reunião com o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), para discutir a soltura de pessoas presas pelos atos golpistas de 8 de Janeiro.
A iniciativa havia sido antecipada pelo senador Hamilton Mourão (Republicanos-RS) ao UOL, que disse que iria procurar o Supremo para "separar o joio do trigo". O parlamentar esteve hoje (24) com a ministra Rosa Weber, acompanhado dos senadores Rogério Marinho (PL-RN) e Magno Malta (PL-ES).
Segundo Marinho, o encontro de líderes com Moraes vai discutir medidas para soltar pessoas que tenham sido presas, mas não tenham envolvimento direto com os atos golpistas.
"Vamos tentar conversar com o presidente [relator] do inquérito, que é o ministro Alexandre de Moraes, para que haja a individualização dos delitos para que aqueles que não devem possam ser liberados, e aqueles flagrados em atos de depredação e barbárie e vandalismo possam ter a imputação de seus crimes de forma adequada", afirmou.
O senador alega que recebeu relatos de que, entre os presos, estariam pessoas que chegaram a Brasília após os atos e que "não teriam nada a ver" com a invasão às sedes dos três Poderes.
Separar aqueles que praticaram atos delituosos sejam imputados e aqueles que são inocentes sejam liberados"
Rogério Marinho, senador
Segundo os parlamentares, a ministra Rosa Weber teria ouvido os pleitos dos senadores e se mostrado "preocupada" com o devido processo legal.
Aliado de Bolsonaro, Magno Malta minimizou o interesse da oposição no caso, afirmando se tratar de uma "preocupação institucional".
"Não estamos 'fulanizando' nada. São as instituições, até porque há uma prerrogativa de senadores de que nós podemos fiscalizar", afirmou.
Se tinha gente infiltrada e cometeu crime, e se alguns patriotas que vieram, entraram, que fizeram bobagem, que pague. Agora, que isso se individualize"
Magno Malta, senador
"Separar o joio do trigo", diz Mourão. Mais cedo, o senador adiantou a iniciativa da oposição ao UOL. Ex-vice-presidente, o hoje senador defendeu os golpistas e disse que participar de um ato inconstitucional não "se configura crime".
Mourão comparou o caso com uma pessoa que pula o muro de um clube porque não tem carteirinha.
"O fato de está presente não configura crime, mas uma ilegalidade, igual pular o clube sem carteirinha."
Segundo Mourão, a ideia é que pessoas não envolvidas diretamente nos atos sejam liberadas, mediante outras punições. "Essas pessoas que paguem multa, cestas básicas, paguem serviços comunitários", disse.
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