Viagens de Bento Albuquerque já eram monitoradas pela Receita, diz jornal
A agenda de viagens internacionais do então ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia) e de sua comitiva já eram monitoradas por auditores da alfândega devido ao elevado número de compromissos. As informações são do jornal Estado de S.Paulo.
O que aconteceu?
- As viagens constantes de Bento Albuquerque chamaram atenção de auditores da alfândega. Em 2019, por exemplo, foram dez viagens a países como Estados Unidos, Argentina, Japão, China, Áustria, França e Espanha.
- Em alguns compromissos, Albuquerque acompanhava o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em outros, viajou com sua comitiva a eventos ligados ao setor de Minas e Energia.
- Em 2020, ano da pandemia, o número de viagens caiu consideravelmente. Foram três compromissos fora do Brasil.
- As viagens voltaram a se intensificar em 2021, mesmo com as restrições impostas pela covid-19. Foram seis encontros, inclusive a visita para a Arábia Saudita.
- Em 26 de outubro de 2021, a comitiva de Bento Albuquerque tentou entrar no Brasil de forma ilegal com joias dadas a Bolsonaro pelo regime saudita.
- No período de cinco meses, em 2022, Albuquerque fez sete viagens internacionais. Ele foi exonerado do cargo em maio.
O Ministério das Relações Exteriores declarou ao Estadão que "está averiguando eventual gestão junto à Receita Federal no caso, e contribuirá para seu esclarecimento caso a gestão tenha sido feita".
A PF abriu inquérito para investigar a tentativa do governo de Jair Bolsonaro (PL) de receber ilegalmente joias da Arábia Saudita. As peças são avaliadas em R$ 16,5 milhões.
As joias foram localizadas com um assessor do governo federal e apreendidas no aeroporto de Guarulhos em outubro de 2021. Para estarem em condições legais com a Receita Federal, as joias deveriam ser direcionadas como presente oficial ao Estado, e não para Bolsonaro.
O presidente atuou diretamente para trazer os bens, enviando até um servidor da FAB (Força Aérea Brasileira) para tentar reaver os presentes sauditas. Ministérios também foram acionados.
Bolsonaro nega irregularidades e afirma que não pediu os presentes. Michelle também ironizou o caso nas redes sociais. O caso foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo na última sexta (3).
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