Topo

Viagens de Bento Albuquerque já eram monitoradas pela Receita, diz jornal

Ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, durante evento em Brasília (DF), em foto de 16 de junho de 2021 - Wallace Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo
Ex-ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, durante evento em Brasília (DF), em foto de 16 de junho de 2021 Imagem: Wallace Martins/Futura Press/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

07/03/2023 07h33Atualizada em 07/03/2023 08h50

A agenda de viagens internacionais do então ministro Bento Albuquerque (Minas e Energia) e de sua comitiva já eram monitoradas por auditores da alfândega devido ao elevado número de compromissos. As informações são do jornal Estado de S.Paulo.

O que aconteceu?

  • As viagens constantes de Bento Albuquerque chamaram atenção de auditores da alfândega. Em 2019, por exemplo, foram dez viagens a países como Estados Unidos, Argentina, Japão, China, Áustria, França e Espanha.
  • Em alguns compromissos, Albuquerque acompanhava o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Em outros, viajou com sua comitiva a eventos ligados ao setor de Minas e Energia.
  • Em 2020, ano da pandemia, o número de viagens caiu consideravelmente. Foram três compromissos fora do Brasil.
  • As viagens voltaram a se intensificar em 2021, mesmo com as restrições impostas pela covid-19. Foram seis encontros, inclusive a visita para a Arábia Saudita.
  • Em 26 de outubro de 2021, a comitiva de Bento Albuquerque tentou entrar no Brasil de forma ilegal com joias dadas a Bolsonaro pelo regime saudita.
  • No período de cinco meses, em 2022, Albuquerque fez sete viagens internacionais. Ele foi exonerado do cargo em maio.

O Ministério das Relações Exteriores declarou ao Estadão que "está averiguando eventual gestão junto à Receita Federal no caso, e contribuirá para seu esclarecimento caso a gestão tenha sido feita".

A PF abriu inquérito para investigar a tentativa do governo de Jair Bolsonaro (PL) de receber ilegalmente joias da Arábia Saudita. As peças são avaliadas em R$ 16,5 milhões.

As joias foram localizadas com um assessor do governo federal e apreendidas no aeroporto de Guarulhos em outubro de 2021. Para estarem em condições legais com a Receita Federal, as joias deveriam ser direcionadas como presente oficial ao Estado, e não para Bolsonaro.

O presidente atuou diretamente para trazer os bens, enviando até um servidor da FAB (Força Aérea Brasileira) para tentar reaver os presentes sauditas. Ministérios também foram acionados.

Bolsonaro nega irregularidades e afirma que não pediu os presentes. Michelle também ironizou o caso nas redes sociais. O caso foi revelado pelo jornal O Estado de S. Paulo na última sexta (3).