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Deputado do PT tenta criar CPI sobre tiroteio na campanha de Tarcísio

O deputado estadual Paulo Reis defende uma CPI para apurar a morte de um homem por seguranças de Tarcísio de Freitas - Reprodução Instagram
O deputado estadual Paulo Reis defende uma CPI para apurar a morte de um homem por seguranças de Tarcísio de Freitas Imagem: Reprodução Instagram

Do UOL, em São Paulo

17/03/2023 04h00

Minoria na Assembleia Legislativa de São Paulo, a oposição tenta emplacar uma CPI contra o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). O deputado estadual Paulo Reis (PT) afirmou que conseguiu, até ontem, 30 assinaturas para abrir a Comissão Parlamentar de Inquérito —o mínimo são 32.

Na opinião do petista, há uma série de circunstâncias mal explicadas durante um tiroteio entre seguranças do então candidato Tarcísio e um homem que foi baleado e morto em outubro do ano passado, na comunidade de Paraisópolis, em São Paulo.

O governo estadual enviou nota ressaltando que o caso foi investigado e o caso arquivado pelo Judiciário. O texto acrescenta que cabe ao Legislativo tratar de CPIs.

"A abertura de Comissões Parlamentares de Inquérito é um tema que compete exclusivamente à Assembleia Legislativa do Estado (Alesp). O caso ocorrido no ano passado foi investigado e o inquérito arquivado pelo Poder Judiciário", informa a íntegra da nota.

O deputado estadual se referiu ao episódio como um homicídio. Um dos principais argumentos para sustentar o pedido de CPI são as diferentes versões para o que aconteceu. "Cada dia a gente ouve uma história", diz Reis.

Reis declara que todos os 19 deputados estaduais do PT assinaram o pedido de CPI. Ele prefere não revelar quem são os demais signatários.

O parlamentar aproveitou a cerimônia de posse e eleição da Mesa Diretora, na quarta (15), para conquistar mais apoio. Ele começou a tarde com 22 assinaturas e conseguiu mais seis.

No caso de a CPI ser instalada, a intenção é convocar o segurança que deu o tiro para depor. Também seriam chamados para os familiares da vítima, Felipe Silva de Lima, 27.

Conseguir as assinaturas é parte do trabalho. Depois é preciso protocolar o pedido de abertura da comissão a tempo. O regimento da Alesp permite no máximo cinco CPIs funcionando ao mesmo tempo. O critério é a ordem de entrega.

Reis prevê uma corrida para apresentar os pedidos de CPI. O deputado petista reclama que deputados estaduais aliados ao governo Tarcísio tentarão emplacar comissões sem risco de ameaça ao Executivo, para congestionar este instrumento da oposição.

A data limite para entrega das propostas de CPI é 23 de março.

Já são 30 assinaturas e não vejo motivo para não conseguir as demais. O mais difícil vai ser protocolar o pedido. Alguém do PT vai precisar dormir na fila."

Reis é deputado estadual de primeiro mandato. Ele trabalhou como assessor de Rui Falcão, que é deputado federal, foi presidente nacional do PT e um dos coordenadores de comunicação da campanha presidencial de Lula no ano passado.