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Lula nega ter definido nome para STF e não garante negro ou mulher

, Lucas Borges Teixeira e Tales Faria

Do UOL, em Brasília

06/04/2023 12h31

O presidente Lula (PT) negou hoje que já tenha escolhido o nome a ser indicado para o STF (Supremo Tribunal Federal) e não se comprometeu com uma mulher ou uma pessoa negra, como tem sido pedido por alguns setores da sociedade.

O que Lula disse

Lula vai preencher a vaga do ministro Ricardo Lewandowski, que se aposenta compulsoriamente na semana que vem. Ele lamentou a saída, mas disse não estar preocupado por achar que há vários bons nomes. "A escolha do ministro do Supremo será feita por mim no momento que eu achar que deva fazer."

Ele não citou nenhum nome e negou que já tenha feito a escolha. "Não adianta as pessoas ficarem plantando nome, tentando vender candidato pela imprensa, porque não é assim que se escolhe ministro do Supremo", disse.

Um dos nomes mais cotados é o do advogado Cristiano Zanin, que defendeu o presidente no processo da Lava Jato.

Questionado pelo UOL, ele também não se comprometeu com a indicação de uma ministra ou de uma pessoa não branca para a vaga. "É um critério que eu vou levar muito em conta nesse momento, mas não darei nenhuma referência, porque, se eu der, estarei carimbando a pessoa que será o futuro ministro ou a futura ministra", afirmou.

Eu [estou] com muita tranquilidade. Não tem data, não tem mês e não tenho pressa de escolher. Tem muita gente indicando gente, gente que eu conheço, gente que eu não conheço, mas essa escolha, da forma que vai ser escolhida para apresentar ao Senado, vai ser feita por mim."
Lula, em café da manhã com jornalistas

"Tem muita gente boa, muita gente mesmo. Acho que tem mais gente preparada para o Suprema Corte do que tinha quando eu tive que escolher há 13 anos", completou o presidente.

Lula concedeu hoje, por meio de decreto, o aditamento da aposentadoria de Lewandowski para a próxima terça (11). Com isso, poderá indicar o primeiro nome do terceiro mandato. Lewandowski foi indicado pelo próprio petista em 2006. Após a escolha de Lula, o indicado tem de ser sabatinado pelo Senado, em data a ser definida, antes de poder tomar posse.

O nome que eu indicarei certamente vai fazer justiça ao povo brasileiro. Eu jamais indicarei um ministro da Suprema Corte por conta de precisar de algum favor. Não foi assim com nenhum que eu indiquei e não será assim daqui para a frente."
Lula, em café da manhã com jornalistas