Deputada indígena faz discurso transfóbico na Câmara e é repreendida
A deputada indígena Silvia Waiãpi (PL-AP) disse hoje em discurso na Câmara dos Deputados que é obrigada a aceitar "mulheres que são homens".
O que aconteceu:
A parlamentar foi acusada de transfobia durante a sessão da Comissão da Amazônia e dos Povos Originários e Tradicionais. A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, estava presente.
A fala de Silvia Waiãpi veio após ela ter a sua legitimidade indígena questionada pelo deputado Dorinaldo Malafaia (PDT-AP).
Malafaia afirmou que a cultura indígena passa por um "estelionato" e que havia representantes que diziam representar os povos originários sem, de fato, representá-los.
Em resposta ao deputado, Waiãpi falou que não precisava do aval do parlamentar sobre sua etnia.
Nesse momento, a deputada bolsonarista fez o comentário transfóbico. "Os senhores querem que eu aceite alguém que se autodeclara mulher, sem ser mulher, biologicamente homem e eu sou obrigada a aceitá-lo. Mas não querem me aceitar", falou a parlamentar.
Em nota, Waiãpi negou que seu discurso seja transfóbico: "Fui atacada publicamente pelo deputado Dorinaldo Malafaia, do meu estado Amapá, e constrangida com uma acusação de "estelionatária de etnia indígena", na frente de uma indígena autodeclarada"
Ao ouvir o comentário, a deputada Fernanda Melchionna (PSOL-RS) repreendeu a fala e lembrou que transfobia é crime.
Em 2019, o Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu pela criminalização da homofobia e da transfobia, que passaram a ser enquadradas pela Lei de Racismo. Na decisão, a Corte definiu como crime condutas que "envolvem aversão odiosa à orientação sexual ou à identidade de gênero de alguém".
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