Na China, Lula defende comércio entre Brics sem uso de dólar e critica FMI
Presidente do Brasil discursou na madrugada de hoje (13) em Xangai, durante a posse de Dilma Rousseff como a nova chefe do NDB (Novo Banco de Desenvolvimento). Lula (PT) havia adiado a viagem à China, que estava marcada para o fim de março, após diagnóstico de pneumonia.
O que aconteceu:
"A mudança do clima, a pandemia de covid-19 e os conflitos armados impactam negativamente as populações mais vulneráveis", declarou Lula (PT) após parabenizar Dilma, agora presidenta do banco dos Brics.
"Por que não podemos fazer o comércio lastreado na nossa moeda? Quem é que decidiu que era o dólar?", questionou o presidente do Brasil ao defender transações nas moedas próprias dos países do Brics.
"Nenhum governante pode trabalhar com a faca na garganta porque está devendo. Não cabe a um banco ficar asfixiando as economias dos países, como estão fazendo com a Argentina, o Fundo Monetário Internacional. E como fizeram com o Brasil", disse o petista ao criticar ações do FMI.
"Tenho a satisfação de reencontrar a presidenta Dilma Rousseff e o prazer de comemorar sua escolha para comandar esta importante instituição, fico feliz por termos uma mulher forte e experiente. Muito boa sorte, felicidades e sucesso nas suas novas funções, presidenta Dilma", encerrou Lula.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ressaltou a importância do bloco formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, e agora Bangladesh, Egito, Emirados Árabes Unidos e Uruguai.
De acordo com Lula, os recursos do novo banco financiam projetos, no Brasil, de infraestrutura, programas de apoio à renda, mobilidade sustentável, adaptação à mudança climática, saneamento básico e energias renováveis.
Lula aproveitou sua fala para resgatar ações de mandatos passados. O petista relembrou que seus "governos foram capazes de resgatar 36 milhões de brasileiros da extrema pobreza, e retirar o Brasil do Mapa da Fome da ONU (Organização das Nações Unidas)".
O chefe do executivo também desabafou sobre a fome no mundo. Para ele "é intolerável que, num planeta que produz alimentos suficientes para suprir as necessidades de toda a humanidade, centenas de milhões de homens, mulheres e crianças não tenham o que comer".
"É inadmissível que a irresponsabilidade e a ganância de uma pequena minoria coloquem em risco a sobrevivência do planeta e de toda a humanidade", concluiu Lula.
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