Aliados de Lula tentam barrar CPMI de atos golpistas horas antes da sessão
Aliados do governo Lula (PT) trabalham para impedir que a oposição consiga avançar com a instalação de uma CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) para investigar os atos golpistas de 8 de janeiro em Brasília.
O que aconteceu?
Sessão do Congresso Nacional sobre o tema foi confirmada para as 12h desta terça-feira.
O governo tenta dissuadir os parlamentares de apoiarem a criação de uma CPMI. Líderes de partidos aliados passaram o dia pedindo para deputados retirarem as assinaturas do requerimento que pede a abertura de um inquérito.
Número de assinaturas é suficiente para iniciar a CPMI, dizem deputados de oposição. O grupo afirma contar com o apoio de 194 deputados e 37 senadores — o número mínimo de assinaturas é de 171 deputados e 27 senadores.
Líderes se reuniram nesta noite para tratar da sessão no Congresso. O deputado André Fernandes (PL-CE), autor do requerimento, usou as redes sociais para dizer que o pedido tem apoio suficiente para ser lido em plenário.
Nos bastidores, governistas minimizam o possível desgaste para Lula. Afirmam que o presidente não sofreria com a investigação e que, mesmo com as assinaturas suficientes, "não vai haver CPMI".
Deputados de oposição pressionaram o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG). Pedem para que ele marque uma sessão conjunta da Casa para a leitura do pedido de investigação dos atos golpistas de janeiro.
Quais os próximos passos?
Governistas ainda tentarão adiar novamente a realização da sessão do Congresso.
Deputados aliados de Jair Bolsonaro (PL) citam que Pacheco "deu sua palavra".
Oposição quer pressionar Pacheco desde o início da sessão, pois teme que o governo "manobre". Uma saída para os aliados de Lula é insistir na análise dos vetos antes dos encaminhamentos sobre a CPMI. Estão na pauta 26 vetos remanescentes do ex-presidente Bolsonaro e sete do presidente Lula.
O que pensam aliados de Lula sobre o tema
Governistas não têm estratégia clara para evitar que a comissão seja instalada. A base apoiadora do governo Lula é contra a abertura da CPMI e terá de agir, caso o requerimento seja lido na sessão conjunta.
Base de Lula terá de apelar para o Centrão. Mesmo que o pedido seja lido em plenário, há a expectativa de que o governo ainda consiga convencer os congressistas desse grupo a recuar do apoio.
Medo de que CPMI trave pautas prioritárias do governo petista. Além do palanque para deputados da oposição, o governo teme que a comissão tire o foco dos parlamentares de outras pautas consideradas prioritárias, como a reforma tributária.
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