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OPINIÃO

Análise: 'Sacrifício' pode fazer Torres acelerar processo contra Bolsonaro

Colaboração para o UOL, em São Paulo

18/04/2023 09h04

O cientista político Guilherme Casarões explicou como o "sacrifício" feito por Anderson Torres para amenizar as acusações contra Jair Bolsonaro pode se voltar contra o próprio ex-presidente.

Há uma persistente postura de membros do bolsonarismo entrando para o sacrifício para evitar que Bolsonaro seja implicado. A expectativa é de que Bolsonaro conseguirá se livrar de algumas dessas acusações e Torres, por ser a parte mais fraca desse vínculo, ou permanecerá preso, ou isso pode acelerar um processo de denúncia contra Bolsonaro se Torres perceber que esse sacrifício foi longe demais.
Guilherme Casarões, cientista político

Em participação no UOL News, Casarões destacou como o discurso de vitimização característico dos membros do bolsonarismo tenta mudar o foco das discussões. No caso de Torres, que se mostra deprimido e perdeu 12 kg na cadeia, como apurou o UOL, o cientista político explicou que a estratégia pode não causar o efeito necessário e o ex-ministro ficar isolado.

Do ponto de vista político, há muita gente se sacrificando pelo Bolsonaro, cujo governo exigiu lealdade absoluta por parte dos seus membros. Torres se tornou peça fundamental no contexto das eleições e foi um dos artífices mais importantes nessa tentativa de subversão da democracia. Quando ele se coloca como alguém deprimido na cadeia, isso pode estimular a militância bolsonarista a defendê-lo, o que acho pouco provável.
Guilherme Casarões, cientista político

Maierovitch: Prisão de Anderson Torres não faz mais nenhum sentido agora

Wálter Maierovitch explicou como, do ponto de vista jurídico, não faz mais sentido manter Anderson Torres preso. Para o colunista, houve uma apuração política bem feita sobre o caso, mas ressaltou que não faz mais sentido manter Torres na cadeia.

Juridicamente e no momento, não faz mais nenhum sentido a prisão [de Anderson Torres.] É uma prisão acautelatória, com base no princípio constitucional da necessidade. Ele voltou ao Brasil e não se manteve distante, na condição de foragido. Mais do que isso: as provas já foram colhidas em sua maior parte. Ele não mostrou interesse em interferir na prova.
Wálter Maierovitch, colunista do UOL

Maierovitch: Lula não pode indicar 'amigo do peito' para ministro do STF

Wálter Maierovitch criticou a postura de Lula por uma possível indicação de Cristiano Zanin para ser ministro do Supremo Tribunal Federal (STF). O colunista ainda ressaltou que a irritação de Lula pelos ataques a Zanin não se justifica, já que há a necessidade de um debate sobre a proximidade entre o presidente e o indicado.

Não existe nenhum comprometimento do Zanin: tem reputação ilibada, conhecimento jurídico e idade. Qual é o problema técnico? É a regra constitucional da impessoalidade. Ou seja: o presidente não pode indicar um 'amigo do peito', como o Lula já destacou.
Wálter Maierovitch, colunista do UOL

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