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Lula se irrita com ataques a Zanin e teme que disputa ao STF atinja governo

Do UOL, em Brasília

18/04/2023 04h00Atualizada em 18/04/2023 09h18

O presidente Lula (PT) tem demonstrado irritação com críticas e ataques a Cristiano Zanin, seu advogado na Lava Jato e um dos favoritos a ocupar a vaga aberta no STF, e também com as sugestões de outros nomes feitas por opositores e aliados do petista.

O que acontece

Lula não esconde o incômodo com o tom da disputa ao falar, nos bastidores, sobre a indicação do substituto de Ricardo Lewandowski, disseram ao UOL interlocutores do presidente.

O presidente tem afirmado que não compactua com tentativas de viabilizar ou derrubar candidaturas por meio de intrigas.

Ele considera covardes alguns ataques contra Zanin, que teve suas credenciais para a vaga questionadas por adversários. Mais recentemente, veio à tona a informação de que o criminalista é alvo de ação de três ex-babás de seus filhos e o rompimento com o ex-sócio e sogro, Roberto Teixeira.

O chefe do Executivo também tem demonstrado impaciência com a crescente pressão por parte de aliados. Entidades de esquerda e movimentos identitários têm pedido a indicação de uma mulher negra — o petista já disse publicamente não ter esse compromisso.

Lula argumenta que críticas antes de seu anúncio visam influenciá-lo numa decisão que cabe exclusivamente a ele. Segundo o presidente, sua escolha será "altamente gabaritada do ponto de vista jurídico" — e, na avaliação dele, Zanin tem as qualificações necessárias.

O temor do petista é que a corrida pelo STF e o recrudescimento de ataques mútuos acabem respingando no Planalto. Na visão do presidente, a briga expõe e enfraquece o governo, e a pressão, em especial de aliados, tem como efeito deslegitimar seus critérios de escolha.

O indicado por Lula ao Supremo herdará processos de interesse do Planalto, como mostrou o UOL. O acervo vai desde mudanças na Lei das Estatais a ações contra adversários, como Sergio Moro (União-PR), ex-juiz da Lava Jato.

Quem mais está na disputa?

O advogado Manoel Carlos de Almeida Neto. Nome defendido por Lewandowski, foi o principal assessor do recém-aposentado ministro por dez anos no Supremo.

O ministro Bruno Dantas, do Tribunal de Contas da União.

O ministro Luis Felipe Salomão, do Superior Tribunal de Justiça.

O advogado Pedro Serrano. Ele tem o apoio de alguns setores da advocacia.