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Ministro do GSI pede demissão; número 2 de Flavio Dino assume interinamente

Do UOL, em Brasília e em São Paulo

19/04/2023 18h50Atualizada em 19/04/2023 20h21

O ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), general Gonçalves Dias, pediu demissão do cargo após imagens de câmeras de segurança do Palácio do Planalto mostrarem o general orientando bolsonaristas no atos golpistas de 8 de janeiro. O número dois do Ministério da Justiça, Ricardo Cappelli (PSB), assumirá interinamente.

O que aconteceu

O pedido de demissão foi apresentado ao presidente Lula após a divulgação do vídeo que mostra o general interagindo com golpistas na invasão do Planalto — a gravação foi revelada hoje pela CNN. O general foi chamado nesta tarde para uma reunião com Lula, na qual foi decidida a sua saída e o nome de Cappelli como interino.

Cappelli também esteve no Planalto, onde Lula o convidou pessoalmente a assumir o GSI. Ele já havia exercido a função de interventor na área de segurança pública do Distrito Federal após o ataque às sedes do Três Poderes.

O presidente vinha sendo pressionado por outros ministros a demitir Dias do comando do GSI.No entanto, Lula argumentava que o general — que foi seu ajudante de ordens nos governos anteriores — é alguém de sua estrita confiança.

A permanência de Dias se tornou insustentável com a divulgação do vídeo e a exploração do episódio pela oposição — reforçando a pressão pela CPI —, segundo auxiliares de Lula.

Dias disse que em 8 de janeiro chegou ao Palácio do Planalto quando os bolsonaristas já haviam rompido o bloqueio militar (leia abaixo). A declaração foi dada em entrevista ao Jornal Nacional, da TV Globo, que vai ao ar nesta quarta-feira. No início da tarde, o general faltou à audiência marcada hoje na Comissão de Segurança Pública da Câmara, após apresentar um atestado médico. O colegiado aprovou sua convocação para se explicar no dia 26.

O que disse Gonçalves Dias

Cheguei ao Palácio quando os manifestantes tinham rompido o bloqueio militar na altura do Ministério da Justiça. Aquela turma desceu e praticamente invadiu o Palácio. A maior parte do pessoal que invadiu o Palácio subiu pela rampa. Como o Palácio nos seus 360 graus é composto por vidro, as pessoas não entraram pela porta, elas quebraram o vidro. Esse vidro tem 12 milímetros, é extremamente vulnerável. Eu entrei no Palácio depois que foi invadido e estava retirando as pessoas do terceiro piso e do quarto piso para que houvesse a prisão no segundo piso"

O que disse o governo Lula

O governo tem tomado todas as medidas que lhe cabem na investigação do episódio. E reafirma que todos os envolvidos em atos criminosos no dia 8 de janeiro, civis ou militares, estão sendo identificados pela Polícia Federal e apresentados ao Ministério Público e ao Poder Judiciário. A orientação do governo permanece a mesma: não haverá impunidade para os envolvidos nos atos criminosos de 8 de janeiro."
Nota da Secom

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Ricardo Cappelli, que assumirá o GSI interinamente
Imagem: José Cruz/Agência Brasil

Quem é Ricardo Cappelli

  • Principal assessor do ministro da Justiça, Flávio Dino (PSB), Cappelli, 50, foi secretário Nacional de Esporte Educacional e de Incentivo ao Esporte nos governos Lula e Dilma Rousseff (PT). Ele é formado em jornalismo e pós-graduado em administração pública pela FGV.
  • Cappelli deixou a funcação de interventor da Segurança Pública do Distrito Federal em 31 de janeiro. À época, declarou que em seu relatório final sobre o 8 de janeiro, que houve falha operacional dos comandantes das forças de segurança do Distrito Federal. Também apontou diretamente a conivência de militares para com a manutenção do acampamento bolsonarista em frente ao QG do Exército, em Brasília.