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PM mandou Choque para lugar errado em noite de vandalismo em Brasília

Ônibus incendiado por bolsonaristas em Brasília (DF) - Pedro Ladeira/Folhapress
Ônibus incendiado por bolsonaristas em Brasília (DF) Imagem: Pedro Ladeira/Folhapress

Do UOL, em Brasília

27/04/2023 15h00Atualizada em 27/04/2023 18h02

A Tropa de Choque da PM foi acionada com urgência na noite de 12 de dezembro de 2022 porque pessoas acampadas em frente ao quartel-general do Exército queimavam veículos e depredavam prédios na área central de Brasília. Chegando ao local, não encontrou nada porque havia sido enviada para o setor sul.

O que aconteceu

O erro foi revelado pela coronel Cíntia Queiroz de Castro, subsecretária de Operações Integradas do Distrito Federal, que prestou depoimento hoje à CPI do DF sobre o 8 de janeiro. Ela declarou que a ordem de mandar o Choque para o lugar errado partiu de um superior.

A tropa chegou à superintendência da Polícia Federal e não encontrou qualquer distúrbio. A situação irritou o comandante do Choque, que ligou para reclamar para a coronel.

Ela procurou o superior que deu a ordem e o secretário-executivo pediu que ficasse na linha até entender o que acontecia. Depois de um tempo, ele percebeu o erro e indicou o local correto. O engano impediu que prisões fossem efetuadas.

Procurado pelo UOL, o Exército disse apenas que "os fatos estão sendo apurados por parte das autoridades competentes". "A instituição segue à disposição dos órgãos que esclarecem os acontecimentos a fim de contribuir com as investigações em curso, sendo que quaisquer informações solicitadas serão prestadas exclusivamente aos mesmos."

O vandalismo de 12 de dezembro

Na noite de 12 de dezembro, Lula (PT) era diplomado presidente na sede do TSE (Tribunal Superior Eleitoral). Apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) foram para a área central de Brasília para protestar.

A situação saiu de controle e houve tentativa de invasão da Polícia Federal. Os golpistas estavam inflamados porque naquele dia foi cumprida a ordem de prisão de José Acácio Serere Xavante, acampado em frente ao QG do Exército, por indícios de crimes contra a democracia.

Carros e ônibus foram queimados e botijões de gás foram arremessados para perto de veículos em chamas.

Foi preciso cercar o hotel em que Lula estava hospedado para evitar risco de invasão. O trânsito na Esplanada dos Ministérios e na praça dos Três poderes foi restringido.