Senadores e deputados buscam munição sobre 8 de janeiro em CPI do DF

Com uma CPI sobre os atos golpistas funcionando há mais de três meses, a Câmara Legislativa do Distrito Federal está sendo consultada por governistas e opositores para definir estratégias para a comissão do Congresso. Reuniões para intercâmbio de informações devem acontecer na próxima semana.

O que deve acontecer

A CPI do DF foi instalada em 18 de janeiro e tem acervo de depoimentos e documentos que serão consultados por senadores e deputados que integrarão a CPI do Congresso. Ontem, por exemplo, uma coronel da Polícia Militar declarou que o Exército cancelou três operações para acabar com o acampamento golpista em frente ao quartel-general em Brasília.

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O deputado distrital Fábio Felix (PSOL) disse que foi procurado por líderes do Senado e da Câmara de seu partido e do PT em busca de informações. Ele acrescentou que um encontro deve ser marcado para a próxima semana, depois da escolha dos participantes da CPI.

Fábio afirmou que os integrantes do Congresso solicitaram relatórios sobre os depoimentos colhidos. Também serão repassados resumos sobre documentos que já foram obtidos pela CPI do DF para embasar a estratégia do governo.

Os principais pontos do intercâmbio da esquerda serão Anderson Torres, setor de inteligência, atuação da Polícia Militar e da Secretaria de Segurança Pública. Fábio Felix disse que avaliar convidar o presidente e o relator da CPI do DF para participar da reunião com PSOL e PT.

A deputada distrital Paula Belmonte (Cidadania) afirmou que está municiando os senadores e deputados federais do PL e do Novo. Ela estava na Câmara até o ano passado e mantém boa interlocução com parlamentares.

Ela não esperou uma reunião e disse repassar os pontos de interesse da oposição não abordados na CPI do DF. Ela reclamou do direcionamento dos trabalhos e espera que o rumo seja outro na CPI do Congresso.

A recomendação que a deputada dá aos senadores e deputados federais é o aprofundamento das omissões do governo, uma referência ao general Gonçalves Dias, ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional).

Os passos da CPI do Congresso

Após a leitura do requerimento de instalação da CPI, na última quarta, a Mesa Diretora do Congresso Nacional vai fazer os cálculos de proporcionalidade para a composição da comissão — ou seja, quantas cadeiras cada bloco partidário poderá indicar.

Os números serão publicados no "Diário Oficial do Congresso" e abre-se o prazo para que líderes indiquem os integrantes da investigação.

Pacheco disse que a CPMI já poderia ser instalada na semana que vem.

Governistas negociam a presidência e a relatoria da comissão, para ter o controle da narrativa do inquérito.

O centrão foi acionado para indicar parlamentares "amigos" do governo. Para interlocutores do presidente Lula (PT), será uma das provas para mostrar alinhamento com o Palácio do Planalto.