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Militar, Mauro Cid responde a crime comum, mas tem direito a cela especial

24.fev.2021 - O então presidente Jair Bolsonaro (PL) e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens - Dida Sampaio/Estadão Conteúdo
24.fev.2021 - O então presidente Jair Bolsonaro (PL) e o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens Imagem: Dida Sampaio/Estadão Conteúdo

Do UOL, em Brasília

03/05/2023 18h10Atualizada em 03/05/2023 18h51

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), foi preso hoje durante operação que mirou a suposta inclusão de dados falsos sobre vacinação contra a covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. Militar da ativa, Cid responderá a um crime comum.

O que acontece com Cid?

O tenente-coronel prestou depoimento nesta manhã à Polícia Federal após ser preso. Agora, cumpre prisão preventiva (sem prazo predefinido).
Cid tem a prerrogativa de ficar preso em um quartel do Exército, e não em um presídio comum. Ele foi levado para o Batalhão de Polícia do Exército de Brasília.
Como ele é um oficial superior, também tem direito a uma Sala de Estado Maior, um tipo de cela que não possui grades, por exemplo.
O ex-ministro Anderson Torres, delegado da PF, está em uma Sala de Estado Maior.
Apesar de ser militar da ativa, o tenente-coronel é investigado por um crime comum e, por isso, a ordem partiu da Justiça comum, e não da Justiça militar.
A decisão que autorizou a prisão de Cid foi assinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), uma vez que o caso tem ligação com o inquérito das milícias digitais, sob relatoria do magistrado.
Mauro Cid foi preso em casa, em uma vila militar; o fato de ser uma unidade militar não influenciaria ou impediria a prisão, segundo o UOL apurou.

Bolsonaro não compareceu a depoimento hoje

Ele falaria na PF hoje pela manhã, mas sua defesa avisou que ele não compareceria por não ter tido acesso prévio aos autos da investigação.

Mais cedo, o ex-presidente e a ex-primeira-dama Michelle foram alvos de buscas e apreensões. O celular de Bolsonaro foi levado pelos agentes.

Durante o dia, Bolsonaro, familiares, advogados, assessores e aliados próximos se reuniram na sede do PL para discutir os próximos passos.

Bolsonaro nega adulteração

"Não existe adulteração. Eu não tomei a vacina e ponto final. Nunca neguei isso", afirmou o ex-presidente à emissora CNN Brasil, na porta de sua residência, em Brasília. Para Bolsonaro, a operação da PF é tentativa de "criar um fato".

Segundo o ex-presidente, apenas a esposa, Michelle, foi vacinada contra covid. "Não tomei a vacina após ler a bula da Pfizer. Minha esposa foi vacinada em 2021, nos Estados Unidos, com a Janssen, e minha filha Laura, de 12 anos, também não tomou vacina."

"Se eu tivesse que entrar [nos EUA] e apresentasse cartão, vocês estariam sabendo", disse o ex-presidente aos repórteres.

Operação da PF prende ex-ajudante e mais 5

Além do tenente-coronel Mauro Cid, outras cinco pessoas foram detidas.

PF investiga se cartão de Bolsonaro foi fraudado para entrar nos Estados Unidos.