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Entenda em 5 pontos ação contra Bolsonaro por suposto dado falso de vacina

Ex-presidente disse ter ficado "surpreso" com busca e apreensão em sua casa - Marco Bello/Reuters
Ex-presidente disse ter ficado "surpreso" com busca e apreensão em sua casa Imagem: Marco Bello/Reuters

Do UOL, em São Paulo

03/05/2023 14h09

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e pessoas próximas a ele foram alvos de uma operação da Polícia Federal hoje que mira a inclusão de dados falsos sobre vacinação contra a covid-19 nos sistemas do Ministério da Saúde. Veja o que se sabe sobre o caso em 5 pontos:

1. Suposta fraude para entrada nos EUA

A PF diz que os dados dos certificados de vacinação foram adulterados para permitir a entrada de Bolsonaro nos Estados Unidos, no fim do ano passado. Segundo as investigações, ele não se vacinou, mas possuía um certificado ilegal que indicava o oposto. A PF também apura se essas fraudes beneficiaram a filha dele, Laura, de 12 anos, e assessores e familiares deles que também viajaram aos EUA.

2. Prisão de assessores e celular apreendido

Os policiais cumpriram 16 mandados de busca e apreensão e seis de prisão preventiva por determinação do ministro do STF Alexandre de Moraes. A ação ocorreu no inquérito das milícias digitais.

Entre os presos estão o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, Max Guilherme Machado de Moura e Sérgio Rocha Cordeiro, assessores do ex-presidente.

O ex-presidente foi alvo de mandado de busca e apreensão em sua casa, em Brasília. O celular dele foi apreendido e, segundo Bolsonaro, o aparelho não possui senha.

3. Tentativa de fraude começou em Goiás

Um médico da prefeitura de Cabeceiras (GO) preencheu a mão um comprovante de vacinação para Bolsonaro, Laura, Cid e a esposa desse último. As informações são da colunista Malu Gaspar, do jornal O Globo. O grupo tentou fazer o registro em Duque de Caxias (RJ), mas o sistema do Ministério da Saúde rejeitou a tentativa porque lote da vacina era de Goiás, e não do Rio.

Cid e seus ajudantes trocaram mensagens que foram flagradas pela PF para desembaraçar o caso. Elas mostram que outro número de lote, desta vez do Rio, foi usado para fazer os registros. Eles foram apagados logo após a impressão dos cartões, para que não fossem encontrados, de acordo com Malu Gaspar.

4. As declarações de Bolsonaro e Michelle sobre a operação

O que eu tenho a dizer a vocês? Eu não tomei a vacina. Uma decisão pessoal minha, depois de ler a bula da Pfizer, decidi não tomar a vacina. O cartão de vacina da minha esposa também foi fotografado, ela tomou a vacina nos Estados Unidos, da Janssen. E a outra, minha filha, Laura, de 12 anos, não tomou a vacina também, tem laudo médico no tocante isso. No resto, eu realmente fico surpreso com a busca e apreensão por esse motivo. Eu não tenho mais nada a falar
Jair Bolsonaro

Hoje a PF fez uma busca e apreensão na nossa casa, não sabemos o motivo e nem o nosso advogado não teve acesso aos autos. Ficamos sabendo, pela imprensa, que o motivo seria 'falsificação de cartão de vacina' do meu marido e de nossa filha Laura. Na minha casa, apenas EU fui vacinada
Michelle Bolsonaro

5. Ausência em depoimento

Bolsonaro deveria prestar depoimento nesta manhã na PF. Segundo o UOL apurou, os advogados de Bolsonaro, porém, informaram que o presidente não vai comparecer à oitiva, ao menos, neste primeiro momento.

O advogado Marcelo Luís Ávila de Bessa disse que ainda não teve acesso ao inquérito, mas considera que o ato foi "arbitrário". Fabio Wajngarten, ex-chefe da Secretaria de Comunicação de Bolsonaro, que também é advogado, foi à PF para ter acesso aos autos.