O que se sabe sobre o caso envolvendo o cartão de vacinação de Bolsonaro
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi alvo de busca e apreensão e seu ex-ajudante de ordens, Mauro Cid, foi preso numa operação da PF que apura fraude em cartões de vacinação contra a covid-19. Veja o que se sabe sobre o cartão de vacina dele:
Há registro de vacinação no cartão de Bolsonaro?
Sim. Em fevereiro deste ano, o ministro da CGU (Controladoria-Geral da União), Vinícius Marques de Carvalho, confirmou que há um registro de imunização contra a covid-19 no cartão do ex-presidente, mas ressaltou que a pasta ainda avaliava se o dado foi adulterado.
Por que a operação foi realizada?
Porque há indícios de que os dados de vacinação de Bolsonaro no SUS teriam sido fraudados para ele poder entrar nos Estados Unidos no fim do ano passado. Ele deixou o Brasil em dezembro, antes de Lula tomar posse, e só retornou no fim de março.
Bolsonaro se vacinou?
O ex-presidente disse em várias ocasiões que não. Hoje, depois da operação, ele voltou a afirmar que, assim como a filha Laura, não tomou o imunizante contra a covid e não houve adulteração no cartão de sua parte.
Em setembro de 2021, quando viajou a Nova York para a Assembleia Geral da ONU, Bolsonaro evitou a exigência de vacina em restaurantes ao comer pizza na rua. Nesta viagem, a então primeira-dama Michelle foi imunizada por "sugestão" de um médico.
Como ocorreu a suposta fraude?
O grupo teria usado cartões de vacinação de um município de Goiás para registrar a falta imunização no estado do Rio. Segundo a coluna de Malu Gaspar, no jornal O Globo, um médico de Cabeceiras (GO) ligado ao bolsonarismo preencheu o cartão para o então presidente, Laura, Cid e sua esposa. O grupo tentou registrar os cartões no SUS em Duque de Caxias (RJ), mas como o lote de vacinas informado era de Goiás, o sistema rejeitou as informações
Ainda segundo a jornalista, uma troca de mensagens entre Cid e seus ajudantes, flagrada pela ação de hoje, mostrou que outro número de lote, desta vez do Rio, foi usado para fazer o registro. Depois que os documentos se tornaram oficiais, o grupo baixou os arquivos, imprimiu os cartões e apagou do sistema para que eles não fossem encontrados.
O cartão de vacinação de Bolsonaro será divulgado?
Sim, mas ainda não há data para que isso aconteça. A CGU decidiu em abril derrubar o sigilo imposto, mas determinou que os dados só sejam repassados após a conclusão da investigação da pasta que apura a possível inserção dos dados falsos no sistema do Ministério da Saúde.
O que Bolsonaro disse sobre a operação?
O que eu tenho a dizer a vocês? Eu não tomei a vacina. Uma decisão pessoal minha, depois de ler a bula da Pfizer, decidi não tomar a vacina. O cartão de vacina da minha esposa também foi fotografado, ela tomou a vacina nos Estados Unidos, da Janssen. E a outra, minha filha, Laura, de 12 anos, não tomou a vacina também, tem laudo médico no tocante isso. No resto, eu realmente fico surpreso com a busca e apreensão por esse motivo. Eu não tenho mais nada a falar
Jair Bolsonaro
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