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Sakamoto: Aras quer mostrar a Lula que pode trabalhar alinhado ao governo

Colaboração para o UOL, em São Paulo

15/05/2023 19h10

O colunista do UOL Leonardo Sakamoto afirmou, durante sua participação no UOL News desta segunda-feira (15), que o Procurador-Geral da República (PGR), Augusto Aras, mudou de postura e passou a apoiar investigação contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) na esperança de poder ser mantido no cargo.

A gente esta no contexto que logo mais, no segundo semestre, o presidente da República terá que indicar um novo Procurador-Geral da República ou manter o atual. Apesar da atuação do Augusto Aras durante o governo Jair Bolsonaro, blindando Bolsonaro, evitando uma denúncia contra Bolsonaro ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesse momento, há quem diga que ele está tentando mostrar-se uma opção viável, real, para Lula, mostrando que pode trabalhar alinhado com o novo governo.

Sakamoto, contudo, destacou que o cargo de Procurador-Geral da República não exige um alinhamento com o governo, mas um trabalho em prol da população.

Vamos lembrar que um PGR não tem que trabalhar alinhado com governo A, B ou C, um Procurador-Geral da República tem que representar os desejos da população brasileira e operar pelo bem comum. O Aras deixou lacunas muito grandes com relação a isso durante a pandemia, durante a questão Yanomami por conta da proximidade que tinha com o governo Jair Bolsonaro.

Sakamoto: ala do PT quer fixar Bolsa Família e salário mínimo no arcabouço

Leonardo Sakamoto também comentou a respeito do arcabouço fiscal, que o governo Lula tenta aprovar na Câmara. A proposta é considerada pelo governo como vital para o crescimento da economia e a redução da taxa de juros.

Para ele, uma ala mais à esquerda do PT tem trabalhado para evitar que o novo arcabouço fiscal siga pela mesma linha do teto de gastos, aprovado no governo de Michel Temer. Além disso, querem garantir o novo Bolsa Família e o salário mínimo acima da inflação no orçamento.

Eles querem que esses dois elementos fiquem de fora, ou seja, não tenha punição caso o governo ultrapasse o que está previsto para garantir os recursos para essas duas áreas.

Claro, economistas estão reclamando que isso pode pressionar a sustentabilidade do arcabouço fiscal, mas, gente, o salário mínimo é a remuneração mínima para um trabalho realizado e o salário mínimo no Brasil não é nem de longe aquilo que está previsto na Constituição".

Sakamoto: Michelle culpava 'demônios', mas era rachadinha que assombrava o Planalto

O colunista do UOL Leonardo Sakamoto afirmou que os demônios que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro culpava pelo clima no Palácio do Planalto, na realidade, eram "rachadinhas". Sakamoto fez o comentário ao afirmar que o cerco vai se fechando contra a esposa do ex-presidente. A Polícia Federal identificou a realização de depósitos em dinheiro vivo para a então primeira-dama.

É uma série de revelações mostrando não apenas que dinheiro vivo, a reportagem mostrou que dinheiro estava entrando na conta dela, mas a gente viu outras formas, ordens para assessores, ajudantes de ordens para pegar dinheiro vivo e depositar na conta de uma tia, depositar na conta do irmão, pagar cartão de crédito de uma amiga que é assessora parlamentar e que emprestava o cartão de crédito para Michelle porque a Michelle não queria mostrar que estava fazendo gastos X, Y, Z. Já deu para perceber que tudo isso é indício de mutreta.

Segundo Sakamoto, as recentes divulgações diminuem um pouco o ímpeto do PL, partido de Michelle, a colocá-la como candidata a algum cargo no executivo, principalmente pela forma que a população tem olhado para as revelações.

A população em geral, de certa forma até deu o benefício da dúvida a Bolsonaro e família com relação aos 700 mil mortos de covid, com relação aos mortos Yanomamis, com relação ao golpe de estado do 8 de janeiro, com relação às joias, ao cartão de vacina, mas com relação a esse dinheiro utilizado para pagar conta não dá beneficio da dúvida não. Isso vai pegar e pesar.

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