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Lula sobre fundador do WikiLeaks: 'Prisão vai contra liberdade de imprensa'

Lula (PT), presidente do Brasil, já defendeu Assange anteriormente - Gabriela Biló/Folhapress
Lula (PT), presidente do Brasil, já defendeu Assange anteriormente Imagem: Gabriela Biló/Folhapress

Do UOL, em São Paulo

10/06/2023 20h11Atualizada em 10/06/2023 21h36

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse ver com "preocupação" a chance de extradição do jornalista Julian Assange, fundador do WikiLeaks, para os Estados Unidos. O homem é procurado por acusações criminais nos EUA e renovará seu recurso na próxima semana.

O que aconteceu

Lula escreveu que Assange, 51, fez importantes denúncias de ações ilegítimas de um Estado contra o outro. O jornalista é procurado pelas autoridades norte-americanas por 18 acusações relacionadas à divulgação, pelo WikiLeaks, de vastos documentos militares confidenciais e mensagens diplomáticas dos EUA.

"Sua prisão vai contra a defesa da democracia e da liberdade de imprensa. É importante que todos nos mobilizemos em sua defesa", escreveu o presidente brasileiro.

A declaração ocorre ao mesmo tempo em que o Reino Unido autorizou a extradição do jornalista para os EUA. Um juiz da Alta Corte de Londres decidiu nesta semana que Assange não tinha bases legais para contestar a decisão, de acordo com uma ordem judicial publicada ontem.

O que mais se sabe sobre o caso

A esposa do jornalista, Stella Assange, disse que haverá uma audiência na próxima semana, na qual o companheiro apelará novamente contra a decisão de extraditá-lo. Assange está preso desde 2019 em Belmarsh, em Londres.

Continuamos otimistas de que venceremos e que Julian não será extraditado para os Estados Unidos, onde enfrenta acusações que podem resultar em passar o resto de sua vida em uma prisão de segurança máxima por publicar informações verdadeiras que revelaram crimes de guerra cometidos pelo governo dos EUA."
Stella Assange, no Twitter.

Em janeiro de 2021, um juiz britânico decidiu que Assange, nascido na Austrália, não deveria ser extraditado, dizendo que sua saúde mental significava que ele correria o risco de suicídio se condenado e mantido em uma prisão de segurança máxima.

Mas essa decisão foi anulada após as autoridades norte-americanas terem apelado, dando uma série de garantias, incluindo a promessa de que ele poderia ser transferido para a Austrália para cumprir qualquer sentença.

Não é a primeira vez que Lula defende Assange. Em maio, o petista classificou a prisão do australiano como uma "vergonha", durante visita à Inglaterra para a coroação do rei Charles 3º.

(Com Reuters)