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Governo Lula publicará direito de resposta por post que exaltou major Curió

Major Curió foi denunciado por crimes cometidos durante a ditadura militar  - Edinaldo de Sousa/Folhapress
Major Curió foi denunciado por crimes cometidos durante a ditadura militar Imagem: Edinaldo de Sousa/Folhapress

Do UOL, em Brasília

12/06/2023 10h03

O governo Lula (PT) vai publicar hoje, às 14h42, um direito de resposta de familiares de vítimas do major Curió nos perfis oficiais do governo federal por uma mensagem feita durante a gestão de Jair Bolsonaro (PL). O post de Bolsonaro chamou o coronel, que liderou repressões durante a ditadura militar, de "herói nacional".

O que aconteceu

A postagem da gestão Bolsonaro exaltou o coronel da reserva do Exército Sebastião Curió Rodrigues de Moura, conhecido como major Curió, em 5 de maio de 2020.

O major, que liderou as repressões militares contra a guerrilha do Araguaia, morreu no ano passado. Ele foi denunciado pelo MPF (Ministério Público Federal) por homicídio e ocultação de cadáveres.

Familiares de vítimas do militar processaram o governo federal pedindo direito de resposta ainda em 2020. Com aval da Justiça, a publicação será feita pela gestão Lula.

É com satisfação que fazemos esta reparação histórica. Nada justifica a tortura, a mais covarde das violências.
Secretaria de Comunicação da Presidência da República

Leia abaixo a publicação que será feita nas redes do governo:

"O governo brasileiro, na atuação contra a guerrilha do Araguaia, violou os Direitos Humanos, praticou torturas e homicídios, sendo condenado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos por tais fatos. Um dos participantes destas violações foi o Major Curió e, portanto, nunca poderá ser chamado de herói. A SECOM retifica a divulgação ilegal que fez sobre o tema, em respeito ao direito à verdade e à memória.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito para unir e reconstruir o país. Entre as diversas realizações de seu governo está a retomada da Comissão de Anistia que, após quatro anos atuando em contrário ao seu propósito original, retomou, em 30 de março, seu propósito original, que é promover reparação às vítimas das injustiças praticadas pelo Estado brasileiro. Atuar por memória, verdade, justiça e reparação".