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Lula admite que PT não tem votos na Câmara, mas diz: 'não cuido do Centrão'

O presidente Lula (PT) concede entrevista à emissora transmitida nesta quinta-feira - Reprodução/YouTube/SBT Live
O presidente Lula (PT) concede entrevista à emissora transmitida nesta quinta-feira Imagem: Reprodução/YouTube/SBT Live

Do UOL, em São Paulo

06/07/2023 20h38Atualizada em 06/07/2023 22h43

O presidente Lula (PT) admitiu hoje que o PT e a esquerda não têm os votos suficientes para as votações na Câmara dos Deputados, mas declarou que "não cuida do Centrão". O político afirmou ainda evitar o termo porque considera que o caminho é negociar com todos os lados.

O que aconteceu:

O petista afirmou ao SBT Brasil que, na política, é necessário lidar com "a correlação de força que está estabelecida" no Congresso Nacional. Ele apontou que as Casas são reflexos de decisões do povo, portanto, não adianta gostar ou não de determinada sigla.

Na avaliação do presidente é necessário negociar com os eleitos, e não com suplentes e quem não conseguiu se eleger.

Lula explicou que os líderes do partido na Câmara e no Senado são orientados a conversar com todos as siglas, independentemente da ala ideológica.

Eu não cuido do Centrão. Eu não costumo utilizar a palavra Centrão, termo histórico criado quando eu estava na constituinte. Mas eu costumo lidar com partidos. (...) Precisamos conversar com todo mundo que tem voto no Congresso Nacional. Porque para aprovar as coisas que nós queremos, nós precisamos de voto e o PT sozinho não tem os votos. O PT e a esquerda não têm os votos. Então, você conversa com quem tem voto."
Lula

Pessoas não escolhem cargo no governo, diz presidente

O atual mandatário afirmou que o governo é o responsável por escolher quem será designado aos cargos disponíveis na gestão e não as pessoas.

Lula declarou que se houver vaga, ele oferecerá a um partido, que decidirá se aceitará ou não. Ele ressaltou a importância de negociar porque não conseguiria governar sem isso.

O petista ainda comentou estar "feliz" por ver que políticos indicados como oposição há seis meses estão escolhendo dialogar com a gestão. Ele enfatizou a importância desse cenário para seguir apresentando projetos de interesse do povo brasileiro, já que aponta não indicar iniciativas que o beneficiariam.

Não é o partido que é dono do ministério. É o governo. A escolha é do governo. Eu sou favorável para que a gente faça os acordos necessários para garantir a governabilidade do governo porque você não pode ter uma briga, uma guerra em cada votação. É melhor que você estabeleça uma certa estabilidade."
Lula

Inelegibilidade de Bolsonaro

O petista também afirmou que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) será alvo de muitos processos após a decisão do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) que decidiu torná-lo inelegível.

O presidente acredita que os processos contra Bolsonaro não causam novas tensões no governo, já que isso é um "problema" da justiça com Bolsonaro, que deve se defender às autoridades.

O ex-presidente vai ter muitos processo porque ele sabe que ele provocou muitos processos. Esse país, desde a proclamação da República, nunca teve alguém tão insano exercendo o cargo de presidente, alguém de muita irresponsabilidade. Então, os processos vão aparecer agora."