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Políticos lamentam morte de Zé Celso: 'Gênio que nos deixa'

Zé Celso morreu hoje, aos 86 anos, após um incêndio em seu apartamento - Reprodução/Instagram
Zé Celso morreu hoje, aos 86 anos, após um incêndio em seu apartamento Imagem: Reprodução/Instagram

Do UOL, em São Paulo

06/07/2023 10h26Atualizada em 06/07/2023 12h27

Lula e ministros do governo, além de outros políticos lamentaram a morte do dramaturgo Zé Celso hoje, aos 86 anos. Dentre os que fizeram postagens sobre o artista, está o vice-presidente, Geraldo Alckmin, que conviveu com o criador do Teatro Oficina em São Paulo, onde foi governador por quatro mandatos.

O que disseram:

Segundo Alckmin, Zé Celso "escreveu uma rica história pessoal e para o Brasil": "Que seu legado continue a inspirar as próximas gerações de homens e mulheres que se dedicam às artes cênicas em nosso país", escreveu no Twitter. Ele ressaltou o jeito "irreverente e provocativo" do artista;

O presidente Lula lamentou a morte do artista, exaltou a importância dele para o Brasil, e destacou o papel do artista na defesa pela democracia. Zé Celso foi uma figura relevante na luta contra a ditadura militar.

"Corajoso, sempre defendeu a democracia e a criatividade, muitas vezes enfrentando a censura. Transformou o Teatro Oficina em São Paulo em um espaço vivo de formação de novos artistas", disse Lula.

No último dia 04 de julho, Zé Celso teve 53% do corpo queimado durante um incêndio em seu apartamento. Após ser encaminhado para a UTI do Hospital das Clínicas de São Paulo, ele foi sedado, entubado e posteriormente submetido à hemodiálise.

A ministra da Cultura, Margareth Menezes, disse que Zé Celso foi "uma verdadeira referência" e "mais que artista": "usou o teatro para exaltar a liberdade e afrontar os arbítrios da ditadura militar", escreveu no Twitter.

Com a sua partida, a cultura brasileira perde parte grande de seu brilho e irreverência. Zé Celso, presente!
Zé Celso

Outros políticos e ministros do governo Lula também lamentaram a morte do artista. O ministro da Secretaria de Comunicação Social, Paulo Pimenta, demonstrou tristeza com a notícia.

Um gênio da dramaturgia brasileira nos deixa. Quero externar toda a minha solidariedade aos familiares, amigos e a legião de fãs e admiradores de seu trabalho, que assim como eu, se enlutam com sua despedida
Paulo Pimenta

Gleisi Hoffmann, disse que Zé Celso seguirá sendo "uma das maiores expressões da cultura brasileira". A presidente nacional do PT usou as redes sociais para enviar uma mensagem aos familiares do artista.

O ministro Fernando Haddad disse que "morre também uma parte do sentimento de ousadia e coragem do teatro brasileiro". Ele Meus sentimentos aos familiares.

O governo de São Paulo lamentou "profundamente" a morte do dramaturgo descrito como "um dos maiores nomes do teatro brasileiro". "Nossas sinceras condolências aos familiares, amigos e fãs do Zé Celso", diz a nota.

Trajetória artística

Uma figura irreverente, José Celso Martinez Corrêa nasceu em Araraquara, interior de São Paulo, em 1937. Desde a década de 60, se destacou por sua presença de palco e por sua inovação cênica. Porém, sua personalidade começou a ser lapidada pouco tempo depois para nunca mais ser esquecida.

O movimento contracultura dos anos 70 foi uma grande força motriz para que Zé Celso mostrasse a que veio: peças disruptivas, movimento coletivo no palco e liberdade para que o corpo de cada pessoa, artista ou não, pudesse ser a mais pura expressão do que é arte.

O Teatro Oficina, foi fundado por Zé Celso em 1958 junto com colegas da Faculdade de Direito do Largo São Francisco e vive até hoje com atrações pulsantes em seus palcos. A proposta sempre foi contra o estilo de encenação trazido por peças europeias da época. Além disso, o principal objetivo do Oficina era e é fazer com que o público tenha participação ativa em suas apresentações.