Dados do GSI desmentem Heleno; clã Bolsonaro usou aviões da FAB mais vezes
Planilhas oficiais do GSI contradizem informações que o general Augusto Heleno informou ao Congresso sobre o uso de aviões da FAB pelo clã Bolsonaro. Em ofício enviado em outubro de 2019, o militar disse que as aeronaves tinha sido disponibilizadas duas vezes para a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro. Dados do GSI pelo site Metrópoles, no entanto, mostram que a família do ex-presidente usou os aviões ao menos oito vezes.
O que aconteceu?
Das oito ocasiões em que os aviões da FAB foram usados até a data do ofício de Heleno, quem foi contemplada com mais voos foi Michelle. Foram sete vezes.
Em fevereiro de 2019, ela embarcou em aeronaves oficiais nos dias 22 e 24 para viagens entre Brasília e o Rio de Janeiro, com registro na base de dados do GSI que diz: "apoio primeira-dama". Nessas datas, há registros na internet de que Michelle participou de um culto na Barra da Tijuca.
Em maio, a ex-primeira-dama voltou a usar os aviões nos dias 10 e 12. Dessa vez, ela fez o mesmo trajeto de fevereiro para ir novamente à igreja. No mesmo mês, Michelle também embarcou no dia 24, um dia antes do casamento de Eduardo Bolsonaro. Ela saiu de Brasília e pousou na Base Aérea do Galeão.
Já em junho, ela viajou no dia 28 para o Rio para participar de um evento da Igreja Batista, e voltou no dia 1º de julho. Os deslocamentos também com aviões da FAB.
Jair Renan também usou as aeronaves oficiais. O filho mais novo do ex-presidente Jair Bolsonaro viajou ao Rio de Janeiro para visitar a mãe dele, Ana Cristina Siqueira Valle, no interior do estado.
Procurado pelo UOL, Augusto Heleno disse que "nada tem a explicar". "O transporte por meios aéreos de familiares do Pres Rep atenderam ao aspecto sigilo e segurança. Não estou mais no GSI, não tenho acesso à documentação e nada tenho a explicar", escreveu ele, por mensagem.
Áudio mostrou que GSI atendia 'caronas' ao clã Bolsonaro
Em uma conversa também obtida pelo Metrópoles, o coronel Eduardo Bacelar, chefe de transporte aéreo do GSI disse que a política de voos da FAB era de "total atendimento" dos pedidos do gabinete de Jair Bolsonaro (PL).
Cessão das aeronaves seria forma de "agradar" presidente após militar ser preso por traficar 39 quilos de cocaína em avião da FAB. "Até mesmo, acredito eu, para tentar restabelecer um contato de mais confiança ali e de cooperação com a Presidência, que ficou um pouco abalado com esses episódios todos, né?", diz Bacelar. "Com certeza, nossa situação, Força Aérea, está um pouco fragilizada, né, com o gabinete, com o próprio PR [presidente da República], pelas questões que surgiram devido àquela [censurado] do [sargento Manuel] Silva Rodrigues".
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