Site: Áudio mostra que GSI atendia 'caronas' da FAB da família Bolsonaro
O coronel Eduardo Bacelar, chefe de transporte aéreo do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), disse em áudio que a política de voos da FAB (Força Aérea Brasileira) era de "total atendimento" dos pedidos do gabinete de Jair Bolsonaro (PL). O áudio foi obtido pelo site Metrópoles, após mostrar que familiares do ex-presidente voaram ao menos 70 vezes em aviões oficiais sem a presença dele.
O que aconteceu?
"Estou entendendo ali que a política é de total atendimento das solicitações", diz o coronel em áudio do primeiro semestre de 2019.
Cessão das aeronaves seria forma de "agradar" presidente após militar ser preso por traficar 39 quilos de cocaína em avião da FAB. "Até mesmo, acredito eu, para tentar restabelecer um contato de mais confiança ali e de cooperação com a Presidência, que ficou um pouco abalado com esses episódios todos, né?", diz Bacelar. "Com certeza, nossa situação, Força Aérea, está um pouco fragilizada, né, com o gabinete, com o próprio PR [presidente da República], pelas questões que surgiram devido àquela [censurado] do [sargento Manuel] Silva Rodrigues".
Familiares de Bolsonaro usaram aeronaves oficiais sem o presidente ao menos 70 vezes. A ex-primeira-dama Michelle e os filhos Carlos e Jair Renan foram os que mais utilizaram os voos.
Até cachorra de Eduardo Bolsonaro pegou carona em avião da FAB. "Informei a ele que no último embarque a casinha de transporte não passa na porta, causando transtornos", disse um militar em mensagem sobre a cachorra, o que indicaria que ela já havia voado mais de uma vez.
O UOL entrou em contato com o GSI, a FAB e representantes da família Bolsonaro. Caso haja resposta, o texto será atualizado.
Qual a regra para uso de avião da FAB?
Voos são reservados a altas autoridades, como vice-presidente da República, presidentes do Senado, Câmara e STF (Supremo Tribunal Federal), ministros de Estado e comandantes das Forças Armadas, segundo decreto assinado por Bolsonaro.
O decreto não se aplica ao presidente da República e são excluídas também as "comitivas presidenciais ou as equipes de apoio a viagens presidenciais".
Os pedidos para entrar nos voos também devem obedecer uma ordem de prioridade. Entram nesse critério, de acordo com a regulamentação, "motivo de emergência médica", "segurança" e "viagem a serviço".
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