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Michelle reage a provocação sobre joias e maquiador agride mulher, diz site

Michelle Bolsonaro se envolveu em controvérsia depois que seu maquiador agrediu uma mulher, atirando um copo nela, na tentativa de defender a ex-primeira-dama, provocada para responder sobre as joias recebidas pelo governo da Arábia Saudita, alvo de investigação. O vídeo da confusão foi divulgado pelo blog de Andreia Sadi, do G1.

O que aconteceu:

Nas imagens, Michelle é questionada por clientes de um restaurante sobre os presentes recebidos: "Cadê as joias?", questiona uma das mulheres. A provocação ocorreu no mesmo dia em que a Polícia Federal deflagrou uma operação para investigar uma suposta tentativa de vender ilegalmente as joias dadas ao governo de Jair Bolsonaro — que, por serem presentes a um chefe de estado, pertenceriam à União e não ao mandatário e sua familia.

A gravação mostra que o maquiador Agustin Fernandez se aproxima de mesa e responde a pergunta a quem grava a cena. "Tá no teu **, vagabunda, bicha feia do cão", diz o amigo da ex-primeira-dama.

Michelle ainda se aproxima da mesa e diz: "Você é tão mal informada que você sabe onde estão as joias", afirma a esposa de Jair Bolsonaro, segundos antes de Agustin atirar o que seria um copo com gelo na mulher.

A assessoria de imprensa de Michelle Bolsonaro informou que ela atendia a pedidos para tirar fotos com um casal, quando foi "importunada com provocações e insultos" e que ela apenas respondeu aos questionamentos e "retirou-se do local".

O UOL também procurou a assessoria de Agustin Fernandez e aguarda posicionamento. Este espaço será atualizado quando houver manifestação.

O que disse Michelle Bolsonaro:

Na tarde de hoje (11), durante um almoço com amigas, D. Michelle atendia a pedidos para tirar fotos com um casal, quando foi importunada com provocações e insultos injustos oriundos de duas desconhecidas. Essas mulheres, de maneira premeditada, iniciaram uma filmagem e, em seguida, começam a provocar e insinuar acusações de crime contra D. Michelle disfarçando-as de perguntas, numa clara tentativa de preparar uma cilada midiática para a ex-primeira-dama, a qual respondeu aos insultos apenas dizendo que aquelas pessoas eram mal-informadas e retirou-se do local. Repudiamos esse tipo de insultos contra quem quer que seja e, principalmente, quando se verifica a premeditação da prática do mal com a finalidade desonesta de obter, no mínimo, ganhos midiáticos em detrimento da honra e da paz das pessoas.
Michelle Bolsonaro, por meio de sua assessoria de imprensa

Reação de oposição inspira críticas nas redes

O senador Humberto Costa (PT) publicou o vídeo nas redes sociais denunciando a agressão.

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O deputado federal André Janones (Avante) também compartilhou as imagens e disse que a ex-primeira-dama fica "inconformada quando alguém pergunta sobre as joias".

Após a popularização do vídeo da agressão, dezenas de usuários das redes sociais passaram a procurar os perfis de Michelle Bolsonaro para continuar as provocações. O questionamento "Cadê as joias?" é um dos mais comuns na caixa de comentários da ex-primeira-dama.

Operação divulgou novas informações sobre oferta de joias

Novas buscas foram realizadas hoje na casa do pai de Mauro Cid, autorizadas pelo ministro Alexandre de Moraes, motivadas por diálogos envolvendo o ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e um assessor do ex-presidente, indicando que ambos sabiam da ilegalidade em vender os presentes recebidos pelo ex-chefe de estado.

A operação desta sexta-feira mirou, além do general Mauro Lourena Cid e o filho, o advogado Frederick Wassef e o assessor Osmar Crivelatti. O objetivo seria investigar desvios de joias e outros bens de valor obtidos pelo ex-ajudante de ordens em viagens oficiais no governo Bolsonaro.

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Um dos episódios investigados, em junho de 2022, nos Estados Unidos, envolve o fato de Mauro Cid se separar da comitiva presidencial e vender dois relógios de luxo por 68 mil dólares (aproximadamente R$ 334 mil) e depositar o dinheiro na conta do pai dele, o general Cid, no exterior.

Nova tentativa de vender joias nos EUA após a derrota para Lula. Em outra viagem, realizada em 30 de dezembro de 2022, quando Bolsonaro deixou o país pouco após ter perdido as eleições, também foram transportadas joias posteriormente colocadas à venda nos Estados Unidos.

A PF aponta que os recursos gerados com as venda dos bens eram repassados a Bolsonaro em dinheiro vivo. Outros indícios da participação do ex-presidente se deve ao fato de as joias serem levadas ao exterior durante viagens presidenciais em aviões da FAB.

Os mandados foram expedidos pelo Supremo Tribunal Federal dentro do chamado inquérito das milícias digitais e foram cumpridos em Brasília, São Paulo e Niterói (RJ). Os fatos investigados configuram os crimes de peculato e lavagem de dinheiro, conforme a PF.

A operação foi batizada de Lucas 12:2, em referência ao versículo bíblico que diz: "Não há nada escondido que não venha a ser descoberto, ou oculto que não venha a ser conhecido".

[Esses diálogos] evidenciam que, além da existência de um esquema de peculato para desvio do acervo privado do ex-presidente da República Jair Bolsonaro os presentes de alto valor recebidos de autoridades estrangeiras, para posterior venda e enriquecimento ilícito do ex-presidente, Marcelo Câmara e Mauro Cid tinham plena ciência das restrições legais da venda dos bens no exterior.
Alexandre de Moraes, em trecho de sua decisão autorizando a operação

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"Estamos falando de 120 mil dólares"

Em um dos diálogos obtidos pela PF e levados ao Supremo, Cid conversa com outro assessor de Bolsonaro, Marcelo Câmara, sobre as restrições existentes a respeito da venda dos bens no exterior.

O gabinete de documentação da Presidência havia informado que era necessário registrar oficialmente a doação do bem ao governo brasileiro e que a venda no exterior também precisaria ser comunicada.

Por isso, Marcelo Câmara disse a Cid que desistiu de vender um determinado bem nos Estados Unidos e que sua ideia seria leiloar no Brasil posteriormente, ao que o assessor responde: "O problema é depois justificar e para onde foi".

Só dá pena porque estamos falando de 120 mil dólares.
Mauro Cid, em mensagem obtida pela PF

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