Pedido de cassação de Camilo Cristófaro é aprovado na CCJ e vai a plenário
O pedido de cassação do vereador Camilo Cristófaro (Avante) por uma fala considerada racista foi aprovado hoje pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) da Câmara Municipal de São Paulo.
O que aconteceu
Agora, o pedido de cassação vai ser votado no plenário da Casa. É nessa votação que os vereadores vão decidir se Cristófaro perde o mandato ou não. Na CCJ, os parlamentares avaliam apenas se o pedido é constitucional e respeita normas legais e jurídicas.
Segundo o parecer da comissão, o pedido cumpre "o devido processo legal" e "transcorreu dentro dos padrões da legalidade". "Releva notar, ainda, que foram devidamente respeitados os princípios constitucionais do contraditório e da ampla defesa durante o trâmite do processo disciplinar", disse a CCJ.
Vereador diz que teve fala tirada de contexto. "Por onde eu ando, me tratam com respeito e com carinho porque eu melhoro a vida das pessoas. Eu fui inocentado pelo Tribunal de Justiça Criminal dessa cidade. Eu fui absolvido. Agora, uma palavra fora de contexto tirar esse trabalho de um vereador que luta por tudo e por todos, e pelos mais humildes, é muito triste", afirmou Cristófaro.
Em maio do ano passado, ao participar de uma sessão da Câmara Municipal sem saber que seu áudio estava ligado, Cristófaro disse: "Arrumaram e não lavaram a calçada. É coisa de preto, né?".
Na época, vereador disse ter cometido um erro e pediu desculpas a toda a população negra. "Apesar de ter tido uma fala racista, eu não sou racista em minhas atitudes e com o tempo vocês terão a oportunidade de constatar isso", disse ele em nota.
Ele foi absolvido pela Justiça. Para o juiz da 17ª Vara Criminal Fábio Aguiar Munhoz Soares, não houve "vontade de discriminar". "À condenação do acusado era necessário que ficasse devidamente comprovada nos autos não somente sua fala, mas também a consciência e a vontade de discriminar, pois não fosse assim e bastaria que se recortassem falas de seus contextos para que possível fosse a condenação de quem quer que fosse", escreveu ele na decisão.
Cristófaro apresentou duas justificativas à Justiça. A primeira era de que estava lavando sua coleção de Fuscas e o "preto" se referia à cor do polimento de um veículo. A segunda foi que estava se referindo a um velho amigo, Anderson Silva Medeiros, e que os dois têm liberdade para brincar um com o outro.
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