Dino sobre 8/1: 'Lidei praticamente sozinho e agora sou omisso?'
O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, falou hoje sobre sua atuação durante os atos golpistas de 8 de janeiro e negou mais uma vez que tenha sido omisso.
O que aconteceu:
Dino disse que lidou "praticamente sozinho" com a situação durante duas horas e que, agora, o acusam de omissão: "Claro que isso gera perplexidade, riso e indignação", afirmou, durante evento de lançamento do Plano de Busca de Pessoas Desaparecidas.
Ontem, o deputado federal Marcel van Hattem (Novo-RS) disse que Dino "foi criminosamente omisso" em relação às ações de vandalismo naquele dia. "Está claro que é o governo Lula e o seu ministro Flávio Dino quem patrocinaram pela omissão e a ação vergonhosa de não deixar a Força Nacional de Segurança agir", disse, na tribuna.
Dino também foi acusado de agir com omissão pelo deputado Nikolas Ferreira (PL-MG), que enviou uma representação contra o ministro para o STF. O ministro Alexandre de Moraes, porém, rejeitou a ação.
O ministro da Justiça e Segurança Pública disse ainda que não é verdade que a Força Nacional estava parada, mas, sim, seguindo o que havia sido combinado no dia anterior, durante reunião na Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal.
"Este fato, inclusive, foi expressamente declarado pelo delegado Fernando, que era o secretário de Segurança Pública no dia 8 de janeiro", destacou.
Cogitemos, por hipótese: eu chegue aqui às três e meia da tarde e diga à Força Nacional: 'vá lá, assuma o comando'. Eu tinha amparo legal para fazer isso? Não. Eu só teria amparo legal ou com a concordância expressa formal do governador, ou com a intervenção federal. Que foi o que aconteceu. E aí a intervenção federal propiciou que a Força Nacional entrasse. E a operação foi feita no dia 8, e tem foto lá, pela PM do DF e pela Força Nacional. Então, é mentira que a Força Nacional não atuou no dia 8 de janeiro.
Ministro Flávio Dino
Imagens de câmeras
Flávio Dino também rebateu reclamações da CPMI do 8 de janeiro sobre falta de imagens do 8/1. O ministro garantiu que o secretário executivo Ricardo Capelli está "buscando todas as fontes possíveis, celulares, outras câmeras, enfim, para tentar ter mais imagens".
Embora, frise, são absolutamente irrelevantes para a investigação. As imagens que aparecerem, eventualmente, serão enviadas. Não temos nada a esconder, absolutamente nada. Até porque, essa história que estou contando aqui, é pelo menos a 10ª vez que eu conto. Só na Câmara e no Senado, eu contei seis vezes. Exatamente desse modo. Então, é um tema realmente que visa apenas distorcer os fatos e nós não temos nenhuma preocupação em relação a isso.
Ministro Flávio Dino
No último dia 15 de agosto, o presidente da Comissão, deputado Arthur Maia (UNIÃO-BA), afirmou que ainda faltam registros e que vários requerimentos foram enviados para o Ministério da Justiça para que a mesa tenha acesso às imagens, mas não "foram atendidos em sua integralidade". O ministro disse, à época, que não tem controle sobre inquéritos.
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