Erika: Queremos ir além de pauta LGBTQIA+, mas violência nos tira de foco
A deputada federal Erika Hilton (PSOL-SP) afirmou que rebater falas criminosas de colegas durante sessões tira o foco do plano real do mandato dela: fazer políticas ancoradas nas necessidades do país.
A parlamentar falou sobre o assunto ao UOL Entrevista na manhã de hoje, um dia após um vídeo no qual ela aparece respondendo a declarações transfóbicas da deputada Cristiane Lopes (União-RO) viralizar nas redes sociais.
Queremos fazer uma política ancorada nas necessidades do Brasil, não só nas necessidades dos direitos da comunidade LGBTQIA+. [...] Temos quatro anos para colocarmos em prática aquilo que o nosso eleitorado e nós acreditamos que são as necessidades da população. Acho que somos completamente desrespeitadas, agredidas, violentadas e prejudicadas nos exercícios das nossas funções quando temos que mudar o nosso foco para responder práticas violentas e criminosas como essas, que constantemente aparecem no parlamento.
Deputada federal Erika Hilton, ao UOL Entrevista
Ela considerou o deputado Abílio Brunini (PL-MT), que também fez falas transfóbicas contra ela, alguém "extremamente desrespeitoso e inconveniente" e pontuou que espera uma punição contra ele não só por esse ato violento, mas por outros já apontados no parlamento.
Diria que falta uma postura mais enérgica para tentar reprimir esses atos constantes praticados pelo deputado [...] Espero que a gente consiga que o Conselho de Ética use seu espaço para mostrar que não está ali de forma protocolar.
Deputada Erika Hilton, ao UOL Entrevista
Depoimento do hacker foi um dos mais reveladores
A parlamentar apontou o depoimento do hacker Walter Delgatti Neto como uma peça principal na CPI do 8 de Janeiro.
Para ela, apesar de não ser considerado uma peça tão "central" no tabuleiro, ele contribuiu para construção da narrativa de que os atos golpistas não foram isolados, e sim algo planejado.
Na minha opinião, o depoimento do hacker é um depoimento central e importante porque ele aproxima aquelas pessoas que até então [levantavam a dúvida de] 'será que ele tinha uma relação?'. O hacker vai lá e diz: 'Ele me pediu. Eu fui contratado para isso. Queriam que eu invadisse o sistema eleitoral'. Para mim, esse é um depoimento principal.
Erika Hilton, ao UOL Entrevista
Avanço das investigações pode mostrar uso de dinheiro das joias no 8/1
A deputada também disse que há indícios claros do envolvimento de Jair Bolsonaro com o esquema de joias e que desconfia da quantidade de presentes caros entregues ao Brasil durante o governo do ex-presidente.
Ela afirmou que, apesar do presidente da comissão, Arthur Maia (União-BA), querer separar o assunto das joias da tentativa de golpe, as duas questões devem ser encaradas como ação e consequência.
Esse esquema das joias tem que ser tratado junto às tentativas de golpe de 8 de Janeiro porque muito provavelmente foi um dinheiro que serviu para financiar atos golpistas, para instrumentalizar o terrorismo que se praticou no Brasil.
Erika Hilton, ao UOL Entrevista
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