Conteúdo publicado há 9 meses

Defesa diz não ter vídeos de hacker no ministério porque já foram apagados

O Ministério da Defesa disse à CPMI dos ataques de 8 de janeiro que não tem mais imagens de quando o hacker Walter Delgatti Neto esteve no edifício-sede da pasta para acompanhar reuniões sobre a confiança das urnas eletrônicas.

O que aconteceu

A pasta comandada por José Múcio Monteiro afirmou que os vídeos já foram apagados. Segundo a Defesa, as remoções foram feitas porque o tempo de retenção de 30 dias delas já passou.

Capacidade de armazenamento também tem sofrido redução, disse o ministério. Isso porque os arquivos estariam ocupando mais espaço devido à qualidade e à quantidade de imagens, o que exige que o sistema seja reiniciado "a cada 15 ou 20 dias".

O Palácio do Planalto também alegou "capacidade limitada de armazenamento". A resposta foi dada à CPMI porque, além da Defesa, o requerimento da deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) também pedia imagens do edifício-sede do Executivo.

Delgatti prestou depoimento dizendo que participou de reunião com Bolsonaro. Nesse encontro, o hacker disse que o ex-presidente prometeu a ele um indulto se ele cometesse o crime de tentar fraudar as urnas. Também teria sido pedido a ele um grampo no ministro Alexandre de Moraes, do STF.

Segundo o hacker, ele foi procurado pela deputada Carla Zambelli (PL-SP) para se reunir com o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, com Duda Lima, marqueteiro da campanha de Bolsonaro nas eleições de 2022, e com o próprio ex-presidente, à época candidato à reeleição.

Bolsonaro, então, teria dito que não entendia da parte técnica do sistema eleitoral e pedido que ele conversasse com o ministro da Defesa. Agradeceu o hacker, disse que ele estava "salvando o Brasil" e, então, teria garantido o indulto.

Sim, recebi [proposta de benefício]. Inclusive, a ideia ali era eu receber um indulto do presidente. Ele havia concedido indulto ao deputado [Daniel Silveira] e como eu estava investigado pela [operação] Spoofing, impedido de acessar a internet e trabalhar, eu estava visando esse indulto, que foi oferecido no dia.
Walter Delgatti, hacker, em depoimento à CPI do 8 de janeiro

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