'Mudança na quadra, mas não muda os compromissos', diz Padilha sobre Moser

O ministro Alexandre Padilha, de Relações Institucionais, disse que a troca da ex-jogadora de vôlei Ana Moser pelo deputado André Fufuca (PP-MA) no Ministério do Esporte é uma "mudança na quadra", mas não "no compromisso do governo".

O que aconteceu

O governo anunciou ontem (6) a mudança minirreforma ministerial para integrar Republicanos e PP no governo. O deputado Silvio Costa Filho (Republicanos-PE) assumiu Portos e Aeroportos e Márcio França (PSB) foi remanejado para a nova pasta de Micro e Pequenas Empresas.

Única demitida, Moser demonstrou descontentamento ao deixar a pasta.

Podemos ter uma mudança dos jogadores que estão em quadra, mas não muda a estratégia, o plano tático, objetivos do time. No próprio vôlei acontece de o treinador ter que tirar em certo momento do jogo sua maior ponta de rede para colocar um libero, para melhorar a defesa, encontrar um passe. Então, é uma mudança de quem está na quadra, mas não muda os compromissos com o esporte brasileiro.
Alexandre Padilha, sobre saída de Ana Moser

O ministro disse ainda que a ex-atleta e agora ex-ministra poderá "continuar colaborando com o esporte brasileiro".

A ex-ministra não foi citada na nota divulgada pela Secom (Secretaria de Comunicação Institucional) sobre a mudança nem houve agradecimento público por parte do presidente Lula (PT).

'Tristeza e consternação'

Em nota, a equipe de Moser expressou "tristeza e consternação" com a saída dela. O texto fala em "interrupção temporária de uma política pública de esporte inclusiva, democrática e igualitária no governo federal".

O texto afirma que Moser lamentou, em conversa com Lula, não ter tido tempo de consolidar seus projetos na pasta. A gestão comandada pela ex-jogadora de vôlei disse que não foi possível cumprir, de forma plena, promessas de campanha sobre ampliação do direito social ao esporte.

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Tivemos pouco tempo para mudar a realidade do Esporte no Brasil, mas sei que entregamos muito, construímos muito e levamos a política do presidente Lula aos que tivemos contato de norte a sul deste país. Continuarei lutando e contribuindo para uma política pública de esporte que seja para todas, todos e todes. Agradeço aos que tiveram comigo percorrendo este caminho curto e árduo
Ana Moser, em nota

Arranjo para acomodar o centrão

A saída de Moser foi resultado de um arranjo do governo Lula em busca de mais apoio no Congresso, em especial na Câmara.

As mudanças foram combinadas diretamente com as bancadas da base dos dois partidos - PP e Republicanos - e com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), com quem Lula se encontrou mais de uma vez para debater o assunto.

Desde que se propôs a agregar os ex-bolsonaristas, Lula passava por uma sinuca de bico para estabelecer o novo desenho da Esplanada.

Com as mudanças, as pastas ficam assim:

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  1. Silvio Costa Filho vai para Portos e Aeroportos;
  2. Márcio França vai para o ministério de Micro e Pequenas Empresas (recém-criado);
  3. André Fufuca vai para Esporte;
  4. Ana Moser deixa o governo.

Moser é a terceira ministra a deixar o governo -e a segunda mulher. Em abril, houve troca no GSI (Gabinete Institucional de Segurança) em meio a polêmicas do 8 de janeiro; em junho, o União Brasil determinou a primeira troca do centrão, na pasta de Turismo.

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