Sakamoto: Delação de Cid é carimbo no passaporte de Bolsonaro para a cadeia
O colunista do UOL Leonardo Sakamoto repercutiu, durante o UOL News, a notícia da delação premiada do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL).
O acordo, para ter validade, ainda precisa ser aceito e homologado pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes. Segundo pessoas próximas às investigações, para isso ser feito, resta saber o que Cid vai apresentar de novo em relação às investigações e quais provas vai oferecer.
Ele vai ter que falar de terceiros, esse é o grande ponto. Em uma confissão, ele fala o que fez de ruim. Agora, na delação, vai ter que entregar a 'caca' dos outros.
Os investigadores detêm o telefone celular do Cid, do pai do Cid, dos colegas do Cid, os quatro celulares de Frederick Wassef. Há celulares gritando dados, gritando diálogos. Não adianta que uma delação premiada traga mais do mesmo ou algo que não está alinhado ao que os investigadores já têm, que são provas robustas.
Sakamoto disse que a delação é um "passaporte" do ex-presidente para a cadeia.
Ele vai ter que dar nome aos bois com relação ao responsável por tudo isso. O próprio advogado do Cid já disse que militar cumpre ordens. Quem era o chefe de Cid? Bolsonaro.
Para essa delação ser aceita, ele vai ter que entregar formas de responsabilizar Jair Bolsonaro por essa situação de joias surrupiadas.
Mauro Cid esteve ao lado de Jair em todos os acontecimentos dos últimos quatro anos. Isso significa o quê? Se ele resolver falar de fato e der com a língua nos dentes, Jair não fica muito tempo solto. Ou seja, a delação premiada de Mauro Cid é o carimbo do passaporte de Bolsonaro para a cadeia.
Sakamoto: Brasil precisa voltar à mesmice democrática e a uma certa chatice
O colunista também considerou positiva a "chatice democrática" e institucional dos desfiles deste 7 de setembro.
As comemorações do 7 de setembro chegaram ao fundo do poço no ano passado. A gente achou que esse fundo de poço teria sempre um alçapão, mas chegamos sim no fim dele quando Bolsonaro sugeriu que homens solteiros se casassem, procurassem uma mulher e depois puxou o coro para si mesmo de 'imbrochável' em plena festa do Dia da Independência.
Neste 7 de setembro, Lula tentou dar um caráter de normalidade à celebração. Ou seja, sai o grande comício de caráter golpista e entra o que era antes: um desfile, que é essa coisa chatinha. Uma coisa institucional.
Ele avalia que o Brasil está voltando à "mesmice democrática".
O Brasil precisa voltar à chatice. Estamos voltando a uma certa chatice e é bom que isso aconteça. Bolsonaro acabou botando o tempo inteiro o país correndo atrás de declarações e ações bizarras. Desviava o foco do Brasil, que não tinha tempo para produzir e trabalhar.
Estamos voltando a uma mesmice, que faz parte da democracia. É a certeza da institucionalidade.
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