Dino demite delegado da PF que cobrava propina para proteger empresários
O ministro da Justiça, Flávio Dino, demitiu o delegado da PF Wallace Fernando Noble Santos Soares, que cobrava propina para proteger empresários no Rio de Janeiro.
O que aconteceu
O delegado foi demitido por ele usar "abusivamente" da condição de funcionário policial, diz portaria assinada pelo ministro. O texto foi publicado hoje no Diário Oficial da União.
Soares estava envolvido em esquema descoberto em 2020 de uma organização criminosa na superintendência da PF do Rio que pedia propinas em troca de 'proteção' em investigações.
Segundo o Ministério Público Federal, os delegados teriam mesadas de R$ 5 mil para beneficiar empresários envolvidos no esquema. Além disso, Soares teria recebido R$ 480 mil para atuar no arquivamento de um inquérito.
Segundo a procuradoria, o esquema denunciado teve início nas investigações das Operações Titanium (fraudes envolvendo a Gerência de Saúde dos Correios) e Viupostalis (fraudes envolvendo o Postalis).
R$ 480 mil em propina
O primeiro crime narrado na denúncia trata de propina de R$ 480 mil paga pelos sócios das empresas Especifarma Comercio de Medicamentos e Produtos Hospitalares e Merriamfarma Comercio de Produtos Farmacêuticos Ltda ao delegado Soares para que ele atuasse no sentido de finalizar as investigações em um inquérito em curso na delegacia da PF de Volta Redonda.
Segundo a Procuradoria, o delegado "efetivamente praticou e omitiu atos de ofício com infração de deveres funcionais". Soares foi denunciado por "colher depoimentos e realizar diligências de forma direcionada exclusivamente a atender aos interesses dos empresários e a viabilizar o arquivamento do inquérito policial".
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