Conteúdo publicado há 7 meses

Deputado do PT diz que CPI do MST 'não apurou nada' e propõe relatório

O deputado Nilto Tatto (PT-SP) disse que a CPI do MST se encerra sem relatório e resolução.

O que aconteceu:

Em coletiva, o petista falou que a comissão "não apurou nada, como já era previsto, e estamos encerrando sem relatório". A CPI do MST foi encerrada hoje sem a votação do texto final, elaborado por Ricado Salles (PL-SP). Deputados de oposição tentaram prorrogar a comissão e acusaram o governo federal de interferência nos trabalhos.

Tatto apontou também supostas infrações que teriam sido cometidas por deputados de oposição, como adentrar em barracos, arrombar cadeados e visitar uma terra indígena "sem mandado judicial" ou autorização da população local.

O deputado ainda propôs uma versão alternativa do relatório final, que já estaria com um total de 15 votos favoráveis, o que é mais da metade dos membros da CPI. Na peça, Tatto citou a necessidade da reforma agrária e formalizou as irregularidades que teriam sido cometidas por parlamentares de oposição, algumas já estão sendo investigadas.

O que mais foi dito?

A deputada Sâmia Bomfim (PSOL-SP) disse que a CPI era "um último suspiro da extrema-direita na Câmara dos Deputados", e que a comissão desmoralizou o presidente da CPI, coronel Zucco (Republicanos-RS), e o relator, deputado Ricardo Salles (PL-SP). Sâmia reforçou que "é crime violência de gênero", e lembrou que Zucco e Salles são investigados por isso na PGR (Procuradoria-Geral da República) em episódios envolvendo ela.

A parlamentar ainda afirmou que a coletiva de imprensa dada por Zucco mais cedo teve "clima dramático e melancólico, com razão", e acusou o presidente da comissão de ter disseminado uma mentira quando ele disse que a oposição tinha "número para aprovar o relatório final. Ora, a prerrogativa para convocar a sessão para aprovar o relatório era do presidente. Não tinham votos, porque criaram um relatório mentiroso, absurdo".

Presidente do PT, a deputada Gleisi Hoffmann (PR) falou que hoje "se encerra um capítulo muito medíocre".

O MST, em nota, afirmou que a CPI serviu como forma "de intimidação e perseguição contra as lideranças Sem Terra que lutam pela democratização do acesso à terra e por um projeto popular no Brasil".

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Sessão de ontem

Ontem, a CPI deveria votar o relatório final, elaborado por Salles. No entanto, houve um pedido coletivo de vista, ou seja, de mais tempo para analisar o texto.

Caso a oposição não conseguisse maioria, o relatório iria cair. Sâmia afirmou que os governistas tinham13 votos, metade da comissão, e o melhor cenário para a oposição era um empate.

No texto, Salles solicitava o indiciamento de dez pessoas, incluindo o General Gonçalves Dias, o G.Dias, ex-chefe do GSI (Gabinete de Segurança Institucional), e José Rainha, liderança sem-terra. O relatório chama os movimentos que lutam pela reforma agrária de "facções criminosas".

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