PL do Marco Temporal é aprovado no Senado: veja como votaram os senadores
O Senado aprovou o projeto de lei que prevê o marco temporal das terras indígenas na noite desta quarta-feira (27). Foram 43 votos a favor e 21 contrários. O quórum foi de 65 do total de 81 parlamentares.
Veja como votou cada senador:
Votaram sim (a favor do marco temporal)
- Alan Rick (União-AC)
- Carlos Viana (Podemos-MG)
- Ciro Nogueira (PP-PI)
- Cleitinho (Republicanos-MG)
- Damares Alves (Republicanos-DF)
- Daniella Ribeiro (PSD-PB)
- Davi Alcolumbre (União-AP)
- Dr. Hiran (PP-RR)
- Eduardo Girão (NOVO-CE)
- Eduardo Gomes (PL-TO)
- Efraim Filho (União-PB)
- Esperidião Amin (PP-SC)
- Fernando Dueire (MDB-PE)
- Fernando Farias (MDB-AL)
- Flávio Arns (PSB-PR)
- Hamilton Mourão (Republicanos-RS)
- Jaime Bagattoli (PL-RO)
- Jayme Campos (União-MT)
- Jorge Kajuru (PSB-GO)
- Jorge Seif (PL-SC)
- Laércio Oliveira (PP-SE)
- Lucas Barreto (PSD-AP)
- Magno Malta (PL-ES)
- Marcio Bittar (União-AC)
- Marcos Rogério (PL-RO)
- Marcos do Val (Podemos-ES)
- Margareth Buzetti (PSD-MT)
- Mauro Carvalho Junior (União-MT)
- Mecias de Jesus (Republicanos-RR)
- Oriovisto Guimarães (Podemos-RR)
- Plínio Valério (PSDB-AM)
- Professora Dorinha Seabra (União-TO)
- Renan Calheiros (MDB-AL)
- Rodrigo Cunha (Podemos-AL)
- Rogerio Marinho (PL-RN)
- Sergio Moro (União-PR)
- Soraya Thronicke (Podemos-MS)
- Styvenson Valentim (Podemos-RN)
- Tereza Cristina (PP-MS)
- Vanderlan Cardoso (PSD-GO)
- Weverton (PDT-MA)
- Wilder Morais (PL-GO)
- Zequinha Marinho (Podemos-PA)
Votaram não (contra o marco temporal)
- Alessandro Vieira (MDB-SE)
Ana Paula Lobato (PSB-MA)
- Augusta Brito (PT-CE)
Beto Faro (PT-PA)
Cid Gomes (PDT-CE)
Confúcio Moura (MDB-RO)
Eduardo Braga (MDB-AM)
Eliziane Gama (PSD-MA)
Fabiano Contarato (PT-ES)
Humberto Costa (PT-PE)
Jaques Wagner (PT-BA)
Jussara Lima (PSD-PI)
Leila Barros (PDT-DF)
Marcelo Castro (MDB-PI)
Omar Aziz (PSD-AM)
- Otto Alencar (PSD-BA)
- Paulo Paim (PT-RS)
- Randolfe Rodrigues (Rede)
Rogério Carvalho (PT-SE)
Romário (PL-RJ)
Zenaide Maia (PSD-RN)
*Presidente da sessão, que não vota: Rodrigo Pacheco (PSD-MG)
O projeto de lei:
O texto do marco temporal, que já tinha passado pela Câmara, seguirá agora para sanção ou veto do presidente Lula (PT), que pode vetar trechos do texto ou a sua íntegra.
O Senado aprovou o marco temporal no mesmo dia em que o Supremo Tribunal Federal tratou do tema. A Corte declarou a tese inconstitucional na semana passada, mas decidiu hoje que a União deverá indenizar ocupantes de boa-fé que perderem a terra devido a uma demarcação.
A tese passou no Senado em tramitação acelerada. Após aprovar o texto mais cedo na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), o parlamento aprovou regime de urgência — por 41 votos a 20 — para que a proposta fosse a plenário no mesmo dia.
O marco temporal prevê que indígenas só possam reivindicar áreas que ocupavam em 5 de outubro de 1988, data da promulgação da Constituição. A tese pode inviabilizar o registro de até 287 territórios que estão em processo de regularização, segundo dados da Funai.
A lei aprovada no Congresso não prevê apenas o marco temporal. Ela também pode anular demarcações de terras indígenas já consolidadas, proíbe a ampliação das já demarcadas e prevê indenização a produtores rurais desapropriados.
Para evitar que o projeto tivesse que voltar à Câmara, os senadores aprovaram o texto sem nenhuma alteração. Os parlamentares rejeitaram dois pedidos de destaque, propostos por governistas, que amenizavam o impacto da proposta para os indígenas.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), negou que a votação no Senado tenha sido "revanchismo" contra o Supremo. Segundo ele, o parlamento apenas cumpriu sua função de legislar sobre o tema.
Absolutamente, de nossa parte, não há nenhum tipo de sentimento revanchismo em relação à Suprema Corte do nosso país. (...) É simplesmente o fato de que nos nao podemos nos omitir daquilo que é o nosso dever, que é o de legislar
Presidente do Senado Rodrigo Pacheco (PSD-MG), sobre a votação do marco temporal
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Quero receberLei deverá ser questionada no STF
Aprovado, o texto segue agora para o presidente Lula (PT), que pode vetar trechos do texto ou a sua íntegra. O Congresso, no entanto, pode derrubar os vetos de Lula e restabelecer a validade do projeto.
Como a tese foi declarada inconstitucional, a tendência é que a lei seja derrubada pelo Supremo. Contudo, essa anulação não seria automática: entidades interessadas precisarão entrar com um novo processo na Corte contra a legislação.
Para driblar o STF, senadores da oposição apresentaram uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição) na semana passada. Os parlamentares querem incluir a previsão de marco temporal na própria Constituição, para que ela não possa ser derrubada pelo Supremo.
A aprovação de uma PEC, porém, é mais difícil. Enquanto os projetos de lei comum precisam de votos da maioria simples na Câmara e no Senado (mais que a metade dos parlamentares presentes à sessão), uma PEC exige três quintos nas duas casas (49 senadores e 308 deputados).
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