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Moro pediu grampo contra autoridade com foro em 2005, diz TV; senador nega

O senador Sergio Moro (União Brasil-PR) pediu para grampear o então presidente do Tribunal de Contas do Paraná, que tinha foro privilegiado, em um despacho assinado por ele em 2005, época em que era juiz da Lava Jato. A informação é da GloboNews. Moro nega que tenha feito a solicitação.

O que aconteceu

Pedido de Moro se deu no processo em que o ex-deputado Tony Garcia celebrou acordo de delação. O ex-juiz teria solicitado que Garcia tentasse gravar Heinz Georg Herwig, que era presidente do Tribunal de Contas do Paraná.

Considerando os termos do acordo, reputa este juízo conveniente tentativas de reuniões, com escuta ambiental, com Roberto Bertholdo, Michel Saliba e novamente com Heinz, visto que as gravações, até o momento, são insatisfatórias para os fins pretendidos.
Ex-juiz Sergio Moro, em despacho de 2005 exibido por emissora

A decisão de Moro está em um relatório de inteligência da PF anexado a uma investigação no STF. Segundo essas apurações da Suprema Corte, Tony Garcia conseguiu gravar uma conversa de quase com uma hora Heinz. O grampo foi feito no dia 3 de fevereiro de 2005, das 11h55 às 12h32.

O senador negou que tenha feito o pedido de grampo contra o ex-presidente do TCE-PR. Em entrevista hoje à GloboNews, Moro disse que, na época de seu despacho, não havia jurisprudência que exigisse autorização judicial para gravações de conversas entre duas pessoas.

Se tiver alguma gravação que eu tenha autorizado nesse documento, eu renuncio ao meu mandato como senador.
Sergio Moro, em entrevista à GloboNews

PF mostrou que Moro conversou por uma hora com réu

Um relatório sigiloso da Polícia Federal, também de 2005, mostra que Moro conversou por uma hora em uma ligação com Tony Garcia. O documento foi obtido pela GloboNews.

Ligação encontrada pela PF foi feita no dia 5 de abril de 2005, das 11h às 12h. Questionado sobre essa conversa na entrevista concedida hoje à GloboNews, Moro disse que não se recorda dela.

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