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PF mostra que Moro conversou por 1 hora com réu enquanto era juiz, diz TV

Um relatório sigiloso da PF, de 2005, mostra que o senador Sergio Moro (União Brasil) conversou por uma hora em uma ligação com o empresário Tony Garcia. À época, Moro era o juiz nos processos penais nos quais Garcia foi réu. O documento foi obtido pela GloboNews.

O que aconteceu

Ligação encontrada pela PF foi feita no dia 5 de abril de 2005, das 11h às 12h.

Segundo o relatório da PF, o empresário disse a Moro que um inquérito no qual ele era um dos alvos estava indiciando apenas "bagrinhos". O ex-juiz teria respondido que, independentemente do acordo de delação que Garcia tinha firmado, ele seria condenado.

Procurado pelo UOL, Moro afirmou, por meio de nota, que Tony Garcia é "um criminoso que foi condenado, com trânsito em julgado, por fraude e apropriação indébita". O ex-juiz disse que o acordo de delação firmado foi completamente documentado. Veja a íntegra da nota ao fim da reportagem.

Ex-delator acusa Moro de usá-lo para grampear ministros

O ex-delator Tony Garcia acusa o senador de usá-lo para grampear e monitorar juízes, desembargadores e ministros do STJ (Superior Tribunal de Justiça), segundo a GloboNews.

Os documentos estavam em sigilo na 13ª vara de Curitiba, onde Moro atuava como juiz, e foram enviados na quarta-feira (17) ao STF (Supremo Tribunal Federal).

Arquivos revelam que Moro teria feito um acordo de colaboração premiada com Garcia. Em troca, o delator deveria grampear, monitorar e levantar provas contra magistrados do Paraná que tinham foro privilegiado.

O acordo, feito em dezembro de 2004, previa que Tony, que era ex-deputado estadual e réu na época, usasse escutas em encontros com os alvos.

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Há registros de conversas telefônicas do ex-juiz com o réu, em que Moro chega a cobrar a entrega das tarefas que tinham sido estabelecidas no acordo. Os autos ainda que a colaboração assinada por Moro previa 30 missões a serem cumpridas pelo delator.

Tony Garcia busca no STF a anulação de todos os efeitos da ação de Moro contra ele. O caso está com o ministro Dias Toffoli. Ainda segundo a reportagem, ele recebeu em anexo os registros do MPF (Ministério Público Federal), da PF (Polícia Federal) e da própria 13ª vara que tratam da colaboração.

Nota do senador Sergio Moro

Tony Garcia é um criminoso que foi condenado, com trânsito em julgado, por fraude e apropriação indébita. Em 2004, fez acordo de colaboração que envolveu a devolução de valores roubados do Consórcio Garibaldi e a utilização de escutas ambientais autorizadas judicialmente e com acompanhamento da Polícia Federal e do MPF. Essas diligências foram realizadas por volta de 2004 e 2005, e todas foram documentadas. Não incluem qualquer gravação de autoridade com foro privilegiado, nem têm qualquer relação com as investigações do Mensalão ou Petrolão. Aliás, a farsa afirmada por Tony Garcia é facilmente desmascarada por ele não ter qualquer gravação de magistrados do TRF4, STJ ou STF.

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