Sakamoto: Defesa faz crer que Bolsonaro cometeria crime por alguém próximo
Ao tentar defender Jair Bolsonaro da acusação de esconder alvos da Polícia Federal no Palácio da Alvorada, como disse Mauro Cid em delação e revelado com exclusividade pelo UOL, o advogado Fábio Wajngarten cometeu um deslize que deixa o ex-presidente em posição constrangedora. A avaliação é do colunista Leonardo Sakamoto, que aponta que as revelações do ex-ajudante de ordens "conectam as evidências de golpismo" de Bolsonaro.
Wajngarten deu a declaração polêmica ao dizer que o ex-presidente "nunca se aproximou" de Oswaldo Eustáquio, influencer bolsonarista investigado pela PF e que, segundo Cid, contaria com a ajuda de Bolsonaro para se esconder no Alvorada. O advogado alegou que Bolsonaro "não iria cometer crime por alguém com quem não mantinha relações próximas."
A língua portuguesa e a psicanálise são sensacionais. O que se depreende é que Bolsonaro poderia, sim, cometer crime por alguém com quem mantivesse relações próximas. O advogado Fábio Wajngarten foi bastante infeliz, ou feliz, na declaração. E quem seriam pessoas próximas o suficiente para que crimes fossem cometidos? Familiares? Filhos que estão na política ou no lobby? A esposa? Generais? Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
Em participação no UOL News, Sakamoto destacou a relevância das novas revelações sobre a delação de Cid. Para o colunista, o tenente-coronel fornece elementos capazes de elucidar o quebra-cabeça de questões como golpismo, fraude no cartão de vacinação de covid-19 e apropriação indevida das joias sauditas, entre outras acusações ao ex-presidente.
Mesmo se conseguirem 15%, 20% de comprovação factual e de evidências que corroborem o discurso de Mauro Cid, isso é o suficiente para botar Bolsonaro na cadeia por muitos e muitos anos. As informações do Cid, além de terem potencial de se transformarem em prova contra Bolsonaro, têm a capacidade de conectar os pontos, não apenas com golpismo. Leonardo Sakamoto, colunista do UOL
Josias: Falta lote de sentenças condenatórias a enredo com Bolsonaro
Ao analisar as novas revelações na delação de Mauro Cid, Josias de Souza comentou que o cerco a Jair Bolsonaro está cada vez mais fechado. Para o colunista, "há muitas provas" de que o ex-presidente não só tramou um golpe como também quis proteger seus aliados de investigações. Com tantas evidências, na visão de Josias, falta apenas enquadrar Bolsonaro e condená-lo por seus atos.
Em um cenário no qual a PF busca comprovações do que o Cid está declarando, esse é um ponto absolutamente verificável. Cid já havia revelado que Bolsonaro havia usado o Alvorada como antro de golpismo. Não se suspeitava que Bolsonaro tramava às escondidas para passar a história do país a sujo. Só falta a esse enredo um lote de sentenças condenatórias. Há muitas provas contra Bolsonaro. Josias de Souza, colunista do UOL
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