Anúncio de GLO parece plano mirabolante pouco efetivo, diz especialista

O decreto de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) em portos e aeroportos, anunciado hoje pelo presidente Lula (PT) com intuito de combater o crime organizado, parece mais um plano mirabolante e pouco efetivo, avaliou o professor da FGV-SP e membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública Rafael Alcadipani em entrevista ao UOL News.

Na prática, o decreto dá às Forças Armadas o poder de polícia dentro do perímetro dos portos e aeroportos.

Me parece que mais uma vez a gente está diante de um plano muito mirabolante. O Ministro Flávio Dino fala em coisas novas jamais feitas, mas isso terá uma efetividade baixíssima. O controle de portos e aeroportos necessita de uma inteligência específica. Não dá para revistar todas as malas e contêineres, dado o volume dos portos e aeroportos. Precisa de uma inteligência bem apurada e organizada.

Alcadipani ressaltou que as Forças Armadas podem oferecer algum apoio tático no caso dos portos, mas em aeroportos a atuação seria pouco efetiva.

Entendo que o governo esteja sob pressão, que o presidente Lula tenha assumido a Presidência da República sem um plano efetivo de segurança pública e enfrentamento ao crime organizado e que a situação tenha saído do controle, como já esperado. Agora não me parece que a GLO vai resolver esse problema. Quantas GLOs já foram feitas no Brasil que não resolveram problema algum?

Rafael Alcadipani, professor da FGV-SP

Governo quer mostrar serviço, mas não tem projeto de segurança, diz Sakamoto

O colunista do UOL Leonardo Sakamoto afirmou em sua participação no UOL News que o governo quer mostrar serviço, mas não tem um projeto de segurança.

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A gente não tem um projeto de segurança pública que esteja sendo aplicado. Temos ações que estão sendo aplicadas à medida que o problema está caminhando. A gente está enxugando gelo.

Leonardo Sakamoto - colunista do UOL

O colunista do UOL também analisou o fato de Lula ter dito anteriormente que não haveria GLO em seu governo, algo que acabou sendo utilizado agora.

Faltou clareza, ele deveria explicar que não queria os militares policiando nas ruas. Como o próprio governo não tem clareza do que quer no curto, médio e longo prazo com relação a policiamento, fica essa noção de confusão.

Leonardo Sakamoto - colunista do UOL

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